22 de abril, de 2025 | 16:52

Representantes de Timóteo e região cobram mais policiais para conter sensação de insegurança

Luiz Santana/Divulgação ALMG
Guardas municipais e novas delegacias também foram reivindicadas em audiência na Comissão de Segurança Pública da ALMGGuardas municipais e novas delegacias também foram reivindicadas em audiência na Comissão de Segurança Pública da ALMG

A criação de guardas municipais, a implantação da Delegacia Regional de Timóteo e o aumento do efetivo das Polícias Militar e Civil, com mais vagas em concursos públicos sendo destinadas à região, são algumas das reivindicações apresentadas em reunião desta terça-feira (22). O intuito seria conter a sensação de insegurança da população no Vale do Aço.

As demandas são de vereadores de Timóteo e Coronel Fabriciano, durante audiência realizada na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a pedido do deputado Celinho Sintrocel (PCdoB), informou a assessoria da ALMG.

Apesar da queda de indicadores de criminalidade na região, segundo dados apresentados pela PC, o presidente da Câmara de Timóteo, Adriano Alvarenga, disse que o sentimento é de medo, acirrado por casos recentes ocorridos este ano em sua cidade, como a tentativa de estupro de uma adolescente de 13 anos saindo da escola; uma chacina ocorrida no bairro Cirilo, deixando três mortos; um assassinato no bairro Macuco e sete desaparecimentos. Segundo ele, há uma falta de efetivo no Vale do Aço, com muitos policiais militares tendo ido para a reserva e com poucos concursados sendo destinados à região.

Ele reivindicou a instalação de uma Delegacia Regional da Polícia Civil em Coronel Fabriciano para dar maior suporte também a Timóteo. Isto porque a região conta hoje com apenas uma regional em Ipatinga, obrigando um efetivo que já é pequeno a deslocamentos entre os municípios.

Ações municipais são destacadas
Também vereador de Timóteo, Cabo Isac Saboy defendeu sobretudo um chamamento aos órgãos para a criação de guardas municipais no Vale do Aço e também em municípios do Colar Metropolitano da região.

"Esse é o futuro da segurança pública, a polícia municipal, somando esforços com as demais instâncias", defendeu o vereador, destacando que o Judiciário tem também um papel importante a cumprir para coibir a reincidência no crime.

No mesmo sentido, o prefeito de Timóteo, Capitão Vitor, abordou a necessidade de combate à impunidade porque, segundo ele, há reincidentes em crimes soltos na cidade. "Do contrário ficaremos enxugando gelo", pontuou.

Capitão Vitor destacou por outro lado que a Prefeitura de Timóteo passou a contar com uma secretaria municipal de segurança e ordem pública e que atua para viabilizar também a instalação da guarda municipal, a depender de orçamento.

Foi também reivindicada pelo prefeito uma Delegacia Especializada da Mulher, pleito apontado pela vereadora Leninha e pelo vereador Zezinho Sintrocel, este de Coronel Fabriciano, que ainda chamou a atenção para os golpes aplicados por estelionatários contra idosos, favorecidos segundo ele pela virtualização de contas e aplicações bancárias.

PM cita mais vagas para região em concurso
O comandante da 12ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais - que abrange 97 cidades, entre as quais Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga, no Vale do Aço - coronel PM Márcio Roberto de Sousa, considerou que a sensação de insegurança é um desafio para as forças policiais, mesmo com uma significativa redução quantitativa nos crimes ao longo dos últimos 10 anos.

“As recentes ocorrências chocam e preocupam, mas todos os integrantes da segurança têm dado respostas a esses crimes”, assegurou.

Sobre o efetivo, o comandante informou que, no ano passado, 178 novos policiais militares passaram por formação para que os municípios do Colar Metropolitano recebessem cada um pelo menos oito policiais, como foi o caso de Timóteo.

Ele ainda destacou que há um concurso em andamento destinando mais de 300 vagas só para a 12ª Região. A formação dos selecionados deverá começar no segundo semestre, com os formandos já entrando em estágio na região durante a própria formação, conforme pontuou.

Nova delegacia estaria em estudo
No âmbito da Polícia Civil, o delegado Gilmaro Alves Ferreira, chefe do 12º Departamento, disse que os homicídios caíram quase à metade em 2024 em relação a 2023 em Timóteo (passando de 44 para 23). No mesmo período, casos de feminicídio caíram de 657 para 623; roubos, de 37 para 27; estupro de vulnerável, de 12 para quatro.

Ele informou que já está em estudo a implantação da reivindicada Delegacia Regional de Coronel Fabriciano. Sobre uma Delegacia Especializada da Mulher, frisou que, até o momento, houve a criação do Núcleo de Atendimento à Mulher, com a designação de delegada atuando em Coronel Fabriciano e Timóteo.

Sobre demandas por maior efetivo, o delegado disse que há um esforço do Estado nesse sentido. Segundo ele, no último concurso foram destinados a Coronel Fabriciano dois escrivães, estando previstos mais servidores para a região.

Deputados cobram investimentos do Estado
Apesar de quedas em vários dos indicadores de criminalidade, o deputado Celinho Sintrocel disse que ocorrências de estelionato triplicaram nos últimos cinco anos no Vale do Aço, com 2.286 ocorrências somente em Ipatinga. Em 2024, foram 1.314 casos de agressões contra mulheres na Região Metropolitana do Vale do Aço, um crescimento de mais de 20% em relação a 2023.

Ele ressaltou a importâcia de maior efetivo policial tanto nas ruas como na zona rural para prevenir a criminalidade e diminuir a sensação de insegurança da população. "Mesmo sabendo que a polícia tem feito o possível, só com investimentos do governo do Estado vamos melhorar", cobrou ele.

O deputado Lincoln Drumond (PL) defendeu as reivindicações apontadas na audiência, apoiando a existência das guardas civis, como a que já funcionaria em Ipatinga, segundo destacou.

O deputado Sargento Rodrigues (PL), que preside a comissão, frisou que nos últimos três anos a rubrica investimento do Estado nas polícias militar e civil tem sofrido queda brusca, tendo o Executivo se valido de emendas parlamentares, de transferências da União e de recursos oriundos dos acordos pelos desastres de Mariana e Brumadinho, conforme criticou.
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