06 de maio, de 2025 | 08:40
São Roque pode suspender linha entre Dionísio e Coronel Fabriciano a partir de junho
Igor Drumond Soares
Má condição de trecho da estrada que dá acesso a Dionísio seria um dos motivos para a São Roque descontinuar o serviço
Atualizado às 14h30 de 6/5 com acréscimo do posicionamento da empresa Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço 
A viação São Roque estuda a possibilidade de descontinuar a linha de ônibus que liga o município de Dionísio, no colar metropolitano do Vale do Aço, a Coronel Fabriciano. A interrupção, conforme apurou o Diário do Aço, poderia começar a partir do dia 2 junho, em uma segunda-feira.
A informação foi confirmada pelo prefeito Marciny (PRD), que informou ter recebido a visita do proprietário da empresa solicitando um valor considerável para a realidade do município para manter a linha em atividade”.
O chefe do Executivo ainda garantiu que está atento quanto a descontinuidade da linha e trabalha na elaboração de um projeto para substituir a falta do transporte público dentro do município.
Ainda conforme o prefeito, a empresa alega o número baixo de passageiros, além da estrada ser de terra, o que aumenta a manutenção dos veículos.
Por outro lado, a empresa pretende manter a linha que entre São José do Goiabal e a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), passando pelos distritos de Cava Grande, em Marliéria, e Baixa Verde, em Dionísio.
Posicionamento da empresa
Após a publicação de notícia pelo Diário do Aço informando sobre possível suspensão da linha Coronel Fabriciano X Dionísio, a empresa São Roque, por meio de seu CEO, explicou a decisão de interromper por tempo indeterminado a linha a partir do mês de junho.
A resposta foi enviada ao jornal na tarde desta terça-feira (6). Foi esclarecido ao Diário do Aço que a empresa foi comprada há cerca de um ano e meio, e com a mudança de sede, tem encontrado dificuldade para colocar a linha telefônica em funcionamento, e por isso, a dificuldade da reportagem entrar em contato com a empresa.
Foi justificado que, desde a compra da empresa, tem sido feito um estudo a respeito dos custos operacionais de todas as atividades feitas, principalmente pelo momento de mudança e desafio do transporte público em todo o país.
Também foi informado ao Diário do Aço que, em reunião entre a diretoria da viação e a administração municipal de Dionísio, foi apresentado um custo operacional de R$ 30 mil mensal para manter a linha em execução, e foi sugerido que, ao menos, a prefeitura coibisse os transportes clandestinos” por meio dos veículos que são utilizados para pacientes em tratamentos em cidades vizinhas e estudantes que precisam se deslocar para a RMVA.
Além disso, há diversos carros particulares que fazem o serviço de transporte, o que tem inviabilizado o coletivo da São Roque, visto a queda de passageiros, gerando prejuízo para manter a operação dos coletivos. Também os veículos irregulares utilizados não são fiscalizados e não têm nenhum tipo de encargo, ao contrário das empresas que precisam pagar impostos.
Também como justificativa para decisão foi relatado o mal estado da estrada entre Baixa Verde e Dionísio, conforme já adiantado pelo Diário do Aço. Segundo a empresa, no período chuvoso, o trecho de 12 quilômetros ficou intransitável em alguns lugares, o que também faz aumentar o custo da empresa, devido à necessidade de mais manutenção nos ônibus.
Seinfra
Também procurada pelo Diário do Aço, a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), responsável por administrar linhas intermunicipais por meio da Superintendência de Transporte Intermunicipal (STI), que é responsável pela gestão dos contratos das linhas de ônibus intermunicipais, informou que não recebeu nenhum comunicado formal da empresa São Roque sobre uma possível suspensão da operação da linha intermunicipal 36371, entre Dionísio e Coronel Fabriciano.
Manifestações
Pelas mídias sociais, diversos dionisianos demonstram descontentamento com a possível descontinuidade do serviço público. Triste demais, isso não pode acontecer, pois eu uso o ônibus para ir em Fabriciano direto”, manifestou um internauta.
Se os passageiros sumiram, preferem andar de táxi, não tem como as empresas operarem no prejuízo. Em breve, aguardem acontecer com a Gontijo. Depois, os táxis cobrarão o preço que quiserem! O próprio povo cava sua sepultura”, desabafou outro morador.
Ao responder uma publicação no Facebook, Rafael da Farmácia (PMB), vereador de Dionísio, escreveu: Penso que a falta de passageiros, somado à estrada ruim, foram trazendo prejuízos à empresa que coerentemente vai deixar a linha”.
Horários e valores
Conforme informações que constam no site do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), a linha entre Coronel Fabriciano e Dionísio, que percorre 69,3 km diariamente, tem a passagem no valor de R$ 41,20.
O coletivo sai de Coronel Fabriciano aos domingos e feriados às 12h, de segunda a quinta às 15h, nas sextas-feiras às 18h e aos sábados às 17h. O itinerário contempla ainda o município de Timóteo; o distrito de Cava Grande e o povoado de Santo Antônio da Mata, em Marliéria; além do distrito de Baixa Verde, que pertence a Dionísio.
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Tião Aranha
06 de maio, 2025 | 20:03Realmente esse trecho de Baixa verde já deveria estar asfaltado faz tempo. Os políticos ao invés de pensar somente em vencer a próxima eleição - deveriam se preocupar mais com a comunidade. Demorou. Tenho vergonha de ser dionisiano. Lugarzinho apertado só. Rs.”
Fabiano Martins
06 de maio, 2025 | 16:36A estrada ruim é realmente um prejuízo grande para a empresa, agora o transporte clandestino é muito maior. São vários carros que sai da cidade todos os dias para Cel Fabriciano, alguns ainda deixam o passageiro na porta de casa, quem vai querer andar de ônibus? e a prefeitura não vai fiscalizar estes carros, ir contra os eleitores dele?! A Gontijo quase diminuiu os horários de Dionísio a BH. Resolveu baixar o valor da passagem, deu certo. Quem sabe a São Roque fazendo o mesmo pode melhorar a quantidade de passageiros. Além do mais o diesel baixou o valor nas bombas dos postos. Faça o teste São Roque.”