25 de junho, de 2025 | 06:43
Presidente da Associação de Farmacêuticos da região vê com bons olhos retenção de receita das canetas ''emagrecedoras''
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Decisão por um controle mais rigoroso foi tomada pela diretoria colegiada da Anvisa

Farmácias e drogarias começaram a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A presidente da Associação de Farmacêuticos do Vale do Aço, Gizele Leal, avaliou a medida, que está em vigor desde segunda-feira (23).
A categoria inclui a semaglutida, a liraglutida, a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida. Gizele esclarece que, apesar de a caneta ser conhecida como emagrecedora”, foi desenvolvida para pacientes com diabetes e acabou virando indicação também para obesidade. Essa caneta possui uma tarja vermelha que só deveria ser comercializada com a apresentação da receita, mas na prática é comum que ela não seja exigida. Por isso, clientes sem o documento conseguiam comprar. Os pontos positivos dessa retenção? Primeiramente, a proteção da população contra o uso abusivo; a diminuição do uso indiscriminado, a redução de reações alérgicas como problemas gastrointestinais, o risco aumentado de pancreatite ou até mesmo problemas de tireoide”, alerta.
Recentemente, conforme publicado pelo Diário do Aço na edição do dia 11 de junho, a Anvisa aprovou a utilização do medicamento Mounjaro para auxiliar na perda de peso. O remédio injetável tem como princípio ativo a tirzepatida. Desde 2023, o fármaco já estava autorizado para uso no Brasil, mas era indicado em bula apenas para o tratamento do diabetes tipo 2.
Vale do Aço
Questionada se no Vale do Aço a procura por remédios para emagrecimento tem aumentado, Gizele afirma que sim. Mas se a procura for por estética, temos outras opções que são mais sustentáveis, como a alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, fazer um esporte. Tudo com acompanhamento médico, claro, visando alcançar o objetivo de cada um. Seja esse profissional um médico, nutrólogo, nutricionista ou farmacêutico, o importante é você se cercar de especialistas em saúde, para garantir sucesso no seu tratamento”, aconselha.
Consequências
Para aqueles que fazem uso de medicamentos sem prescrição ou necessidade, Gizele Leal frisa que as consequências podem ser a falta do produto para quem realmente precisa. Havendo, então, escassez para os pacientes com diabetes tipo 2. O uso indiscriminado pode levar a uma perda de eficácia. Isso vai fazer com que exija cada vez doses maiores para reproduzir o efeito inicial. O uso abusivo desses medicamentos para a obesidade pode levar ainda a uma desnutrição grave. Porque ocorre a perda de apetite, perda de massa muscular, pode acontecer queda de cabelo intensa, problemas relacionados à falta de vitaminas. São algumas das consequências desse uso inadequado”, conclui.
Receitas
Com a determinação, a prescrição de medicamentos agonistas GLP-1, incluindo Ozempic, Mounjaro e Wegovy, deve ser feita em duas vias, e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos.
A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual poderão ser utilizadas pelo paciente. Farmácias e drogarias, por sua vez, devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos.
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