01 de julho, de 2025 | 08:45
Incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave continua alta, aponta boletim
Henrique Silva/Semsa
Infectologista explica que os públicos que mais precisam de atenção são os extremos de idade, a exemplo das crianças e dos idosos
Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço 
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz destaca que a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maioria dos estados continua alta e requer atenção. o material foi divulgado dia 26 de junho e Tocantins é o único estado onde os casos de SRAG caíram significativamente, atingindo um nível seguro de incidência. Os vírus responsáveis por essa alta de casos graves no país são o da influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR). A infectologista Carmelinda Lobato, que atua em Ipatinga, orienta como proceder num cenário como esse.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento dos casos de SRAG no Brasil, oferecendo suporte às equipes de vigilância em saúde na identificação de locais prioritários para ações de preparação e resposta a eventos de saúde pública. Um total de 18 das 27 unidades da federação apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 24: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
Região
Carmelinda Lobato pontua que o Vale do Aço e todo o restante do estado de Minas Gerais e do Brasil, têm observado aumento de casos de SRAG, em razão da maior circulação de vírus respiratórios. Nesse caso, o destaque está sendo para o vírus sincicial respiratório, que está acometendo as crianças, o principal vírus responsável pela síndrome respiratória aguda grave nas crianças, e o Influenza A, que é o principal vírus respiratório relacionado à síndrome respiratória aguda grave em adultos, com destaque para o público idoso”, salienta.
A médica acrescenta que é necessário manter o estado de alerta nesse momento, em razão do inverno. Em julho e possivelmente no mês de agosto também, nós estamos esperando que esses casos possam até mesmo aumentar, vão continuar aparecendo nos serviços de saúde”, frisa.
Na presente atualização, observa-se que 14 das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 24, entre elas está Belo Horizonte. No ano epidemiológico 2025 já foram notificados 103.108 casos de SRAG, sendo 52.853 (51,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 35.048 (34%) negativos e ao em torno de 8.270 (8%) aguardam resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Atenção a esses públicos
A infectologista explica que os públicos que mais precisam de atenção são os extremos de idade, crianças muito pequenas, idosos, pessoas de grupo de risco para complicação de doença respiratória, no caso, pneumopatas, hipertensos, diabéticos, pacientes que têm alguma doença cardíaca grave, imunossuprimidos. Esses pacientes que são do grupo de risco, que também são para outras doenças, digamos assim, eles precisam de uma atenção maior”.
Vacinação
A forma de prevenção principal é a vacina. É muito importante que essa vacinação seja reforçada e no caso dessas pessoas de grupo de risco, além da vacinação, é importante também evitar aglomerações, porque locais que têm muitas pessoas favorecem a transmissão dos vírus respiratórios. Se for sair para algum local, usar máscara, de preferência, porque ajuda a proteger. Pessoas que estiverem com sintomas gripais não devem sair de casa, para evitar a transmissão a outras pessoas, além da higienização das mãos e esses cuidados que a gente precisa ter no nosso dia a dia para evitar infecção por esses vírus respiratórios”, orienta a infectologista.
Quando ir ao hospital
As pessoas devem ir aos hospitais e procurar assistência médica se realmente estiverem enfrentando algum momento de doença. Mas é claro que nós estamos tendo um maior número de pessoas com sintomas respiratórios dentro dos hospitais, então tem um risco de transmissão, passa a ser até uma aglomeração também. Fica aqui a mesma orientação para as pessoas do grupo de risco, que precisam de máscara. A maioria das pessoas vai ter sintomas gripais leves, tanto pela influenza, como por covid, como pelo vírus sincicial respiratório. Essas pessoas não têm que ir para os hospitais, para as unidades de emergência, para as UPAs, tem que procurar a unidade básica de saúde mais próxima da sua casa”, informa Carmelinda.
A médica acrescentou que se a pessoa tiver falta de ar, alteração no nível de consciência, uma saturação de oxigênio que está abaixo de 95%, essas pessoas que estão evoluindo mais grave é que devem procurar as unidades de emergência, de modo a evitar que essas unidades de emergência, os hospitais, fiquem abarrotados de pacientes com sintomas gripais leves. É necessário deixar os hospitais desafogados para atender essa demanda dos pacientes mais graves”, conclui.
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