
02 de julho, de 2025 | 10:00
Inverno no Vale do Aço dependerá da força das frentes frias, afirma climatologista
Divulgação
Climatologista detalha que inverno rigoroso dependerá de novas frentes frias com grau de intensidade
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço 
O inverno começou oficialmente no dia 20 de junho, mas antes mesmo da chegada da estação, o Vale do Aço já havia registrado queda significativa nas temperaturas. Em alguns pontos, os termômetros chegaram a marcar 11º C. No entanto, nos últimos dias, o frio tem dado trégua, principalmente durante o dia, quando o sol aparece com força e garante sensação térmica mais elevada.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para os próximos dias indica temperaturas mínimas entre 14º C e 15º C, especialmente entre 4h e 7h da manhã, faixa considerada a mais fria do dia. Já a temperatura máxima pode chegar à casa dos 27º C. O cenário com céu claro com poucas nuvens deve prevalecer durante a semana.
Intensidade depende das frentes frias
No inverno passado praticamente não houve dias frios, e muitos são os questionamentos sobre como será a dinâmica da estação em 2025. O professor de climatologia do Instituto Federal de Minas Gerais campus Governador Valadares (IFMG-GV), Fulvio Cupolillo, explica que a intensidade do inverno deste ano está diretamente ligada ao número e à força das frentes frias que atingem o país.
Se forem frentes frias como essa última que entrou, que gerou queda de neve no Sul do Brasil e geada no Sul de Minas, com certeza vai haver temperaturas mais bruscamente frias aqui na região do Vale do Aço. Mas se forem frentes menos intensas, a queda não será tão brusca”, destacou o climatologista.
O especialista também observa que não há influência de fenômenos climáticos como El Niño ou La Niña neste ano, já que o Oceano Pacífico se encontra em estado de neutralidade.
Frente fria de junho
Na primeira quinzena de junho, o Vale do Aço registrou a entrada de uma frente fria bastante intensa, acompanhada por uma massa de ar polar que derrubou as temperaturas na região. O fenômeno foi responsável por marcas próximas aos 11º C registradas pela estação meteorológica do Inmet em Timóteo, na área do Oikós. Na Serra dos Cocais, área rural de Coronel Fabriciano, por exemplo, moradores alegam que durante a madrugada o declínio de temperatura foi mais intenso, chegando próximo de 3º C.
O que provocou a queda brusca foi a presença dessa massa de ar polar. Ela foi a mesma que, antes de chegar a Minas, causou neve no Sul do Brasil e geadas no Sul de Minas. Ainda chegou com muita força, carregando ar frio suficiente para derrubar as temperaturas por aqui”, pontuou o professor.
Verão x inverno
Questionado sobre uma possível relação entre um inverno rigoroso e um verão igualmente intenso, Cupolillo afirma que não é possível fazer esse tipo de previsão no momento. Segundo ele, os modelos meteorológicos ainda estão distantes de definir tendências para o verão de 2026.
Esses procedimentos são aleatórios. Você pode ter um inverno muito frio e um verão nem tanto, ou o contrário. Não há proporcionalidade direta entre as duas estações. As previsões mais concretas só serão possíveis ao fim do inverno”, afirmou.
Extremos climáticos
Além das previsões, o professor destaca a importância de a população e o Poder Público estarem preparados para os eventos extremos que podem ocorrer em qualquer estação.
Sempre vai haver uma chuva extrema, sempre vai ter uma temperatura muito baixa. O que a sociedade tem que fazer é se preparar para esses eventos. Isso exige políticas públicas, planejamento, investimento e diálogo entre gestores e a ciência”, defendeu.
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