
06 de julho, de 2025 | 06:00
Patinho Feio
Fernando Rocha
O Patinho Feio, apelido dado ao time do Fluminense pelo seu treinador, Renato Gaúcho, desafia a lógica neste Mundial de Clubes e está na semifinal.Já havia superado outros adversários mais endinheirados e com elencos superiores como o Borussia Dortmund, Inter de Milão e agora passou por cima do multimilionário Al-Hilal da Arábia Saudita.
O Fluminense, clube de menor orçamento nas quartas de final do Mundial de Clubes, que para a maioria dos torcedores brasileiros tinha ido aos Estados Unidos para passear, venceu os árabes com absoluta contundência e autoridade, o que lhe permite agora contra outro gigante, o inglês Chelsea, sonhar com algo maior e inimaginável antes da disputa começar.
O Palmeiras não jogou bem, sobretudo, no primeiro tempo, quando escapou de levar uma goleada, ainda por cima coincidiu do seu adversário fazer a sua melhor atuação no torneio.
O técnico Abel Ferreira, responsável por tantos títulos nos últimos anos, errou na escalação inicial ao começar com Vanderlan, além de deixar Maurício como opção de banco, enfim, foram vários os detalhes que contribuíram para a eliminação.
No entanto, a culpa pelo fracasso é de todo mundo, inclusive da zica” e da falta de sorte que perseguem o clube e o deixaram mais uma vez sem o tão sonhado Mundial, alimentando os memes e gozações dos rivais.
Fair Play
Uma das muitas decisões administrativas importantes envolvendo nossos clubes das séries A e B, que ficaram para depois do Mundial der Clubes, diz respeito ao Fair Play financeiro.
Mas o que é isso? O Fair Play é um conjunto de medidas que vão regulamentar o relacionamento entre os clubes, sobretudo a questão dos calotes entre eles e também em relação ao não pagamento de obrigações aos atletas.
Através de um decreto, o novo presidente da CBF, Samir Xaud, constituiu um grupo de trabalho para discutir o assunto e quase todos os clubes da Série A concordaram.
A data da primeira reunião ainda não está definida, mas a intenção da CBF é definir as regras dentro de 90 dias, o que viabilizaria sua aplicação a partir de 2026.
Vai depender do entendimento entre os cartolas para o bom andamento dos grupos de trabalho, sobretudo na questão mais sensível, que é a punição, inclusive com a perda de pontos ou rebaixamento, dos chamados caloteiros.
FIM DE PAPO
Outra questão sensível no que diz respeito à implantação do Fair Play financeiro passa pelo controle de gastos, que deverá ser implantado com base na receita ou déficit dos clubes. Neste caso, mesmo que haja um consenso de imediato, a implantação das medidas vai demandar um tempo maior de adaptação. A CBF entende que esta não é uma questão prioritária, pois atualmente não há injeção de dinheiro de fundos soberanos ou bilionários com recursos inibitivos que desequilibrem o futebol brasileiro.
A política reacionária anti-imigratória do presidente Donald Trump atingiu agora um atleta de ponta no cenário mundial. O brasileiro Hugo Calderano não pôde disputar o WTT Grand Smash, em Las Vegas, depois de ter o visto de entrada negado por um motivo surreal. Terceiro no ranking mundial do tênis de mesa, Calderano foi a Cuba, em 2023, para a disputa do Campeonato Pan-Americano e da qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, eventos organizados pela Federação Internacional de Tênis de Mesa. O brasileiro possui cidadania portuguesa e, mesmo assim, teve a autorização de entrada negada pelas autoridades estadunidenses pelo fato de ter ido a Cuba.
Este episódio ocorrido com o tenista brasileiro só aumenta a suspeita, antecipada pela coluna algumas semanas atrás, de que em 2026 na Copa do Mundo, que terá jogos também no México e Canadá, os problemas tendem a aumentar. Um exemplo é o que poderá acontecer com a Seleção do Irã, que está classificada para o próximo Mundial, mas seus cidadãos estão impedidos de ingressar nos Estados Unidos.
O COI-Comitê Olímpico Internacional também vai ter muito trabalho com as maluquices de Trump, pois em 2028 será a vez do país sediar as Olimpíadas, em Los Angeles. Neste caso, a lista dos países participantes do evento, cujos cidadãos são proibidos de entrar no território estadunidense, aumenta ainda mais. Nela aparecem Afeganistão, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão e Iêmen. Já os nascidos em Cuba, Venezuela, Burundi, Laos, Serra Leoa, Togo e Turcomenistão têm restrições severas para entrar nos Estados Unidos. No caso dos atletas, penso que ainda há tempo hábil para resolver, mas duvido que os torcedores destes países sejam liberados para acompanhar os jogos.
A torcida do Fluminense no Vale do Aço está sendo convocada para assistir ao jogo desta terça-feira, 16h, pela semifinal do Mundial contra o Chelsea, na quadra da AMBANOC no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga. A concentração dos torcedores é uma iniciativa de Cosme Mattos, representante do tricolor carioca na região. Mais informações pelo (31) 999885201. (Fecha o pano!)
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