11 de julho, de 2025 | 20:00

Motorista que, embriagado, causou acidente fatal no Caladinho em Coronel Fabriciano, é indiciado por homicídio qualificado

A Delegacia de Polícia Civil em Coronel Fabriciano concluiu o inquérito policial que apurou o acidente de trânsito ocorrido na noite de 6 de julho, na avenida Tancredo Neves, nas imediações do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste). Conforme noticiado pelo jornal Diário do Aço, o fato envolveu o condutor de um Chevrolet Corsa Super, que, descontrolado, atravessou o canteiro central, invadiu a contramão e colidiu frontalmente com duas motocicletas, resultando na morte de Kamilla Morais Madrona, de 26 anos, que conduzia uma das motos, e em lesões corporais em outras duas vítimas. Um segundo condutor estava em outra moto, ao lado da jovem, e também foi atingido. Outro condutor de moto estava logo atrás e, ao desviar-se dos destroços, também caiu no asfalto e se feriu.

As investigações revelaram que o condutor do Corsa, Aysllan Rafael dos Santos Matos, de 21 anos, trafegava sob efeito de álcool, em alta velocidade, tendo, inclusive, avançado sinal vermelho momentos antes da colisão, que ocorreu após ele invadir a contramão de direção. Imagens de câmeras de segurança e laudo pericial confirmaram a dinâmica do acidente, demonstrando que a conduta imprudente e perigosa do investigado foi a causa direta da tragédia.

Testemunhas relataram que o veículo trafegava de forma desgovernada e que o investigado já havia sido visto consumindo bebida alcoólica em um churrasco antes do acidente. A própria passageira do automóvel confirmou o consumo de álcool pelo condutor. Além disso, o condutor confirmou o estado de embriaguez aos policiais que atuaram no registro da ocorrência.

“Diante da gravidade dos fatos, da dinâmica da colisão e das provas colhidas, a Polícia Civil indiciou o investigado por homicídio qualificado pelo perigo comum e pela impossibilidade de defesa da vítima (art. 121, §2º, III e IV, do Código Penal), além de lesões corporais culposas no trânsito (art. 303, parágrafo único, do Código de Trânsito Brasileiro), em concurso formal. O inquérito concluiu que o investigado agiu com dolo eventual, assumindo o risco de produzir o resultado morte ao conduzir embriagado, em alta velocidade e desrespeitando normas básicas de circulação”, detalha a nota divulgada pela PCMG no começo da noite desta sexta-feira.

“O caso evidencia, segundo entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal, a distinção entre culpa consciente e dolo eventual, estando caracterizada a conduta dolosa do investigado, que aceitou o risco do resultado letal. A avenida Tancredo Neves, local dos fatos, é um trecho urbano da BR-381, considerada uma das rodovias mais perigosas do país, o que agravou ainda mais o potencial lesivo da conduta”, acrescenta a nota.

Além do indiciamento, a Polícia Civil representou junto ao Poder Judiciário pela suspensão cautelar do direito de dirigir do investigado, bem como pela prorrogação da prisão preventiva até a realização do julgamento, diante da extrema gravidade dos fatos, do risco de reiteração delitiva e da necessidade de garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal. O inquérito foi remetido ao Ministério Público de Minas Gerais para as providências cabíveis.

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