13 de julho, de 2025 | 05:01
Artista de Timóteo terá primeira exposição individual em Ouro Preto
Enviada ao Diário do Aço
Aos 30 anos de idade, Aline coStela é licenciada em dança e artista visual autodidata

Repórter Isabelly Quintão
Uma artista criada entre a comunidade rural do Japão em Antônio Dias e a cidade de Timóteo, Aline de Oliveira, artisticamente conhecida como Aline coStela, irá expor em Ouro Preto nos meses de agosto e setembro. Aos 30 anos, é licenciada em dança e artista visual autodidata. Começou seus estudos pelo desenho, e se dedicou sobretudo à pintura de forma independente.
A exposição ocorrerá no período de 1/8 a 20/9 na Galeria de Arte Nello Nuno. Aline foi uma das artistas selecionadas para um projeto de exposições vinculado à Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), que promove ações de conservação, restauração, fazeres tradicionais e arte contemporânea.
Essa será sua primeira exposição individual, onde levará obras de toda sua trajetória que se dividem em diferentes séries, mas são conectadas.
Em entrevista ao jornal Diário do Aço, ela conta um pouco mais sobre sua exposição, chamada Uma Celebração a Afro-mineiridade”. Em 2019, no Rio de Janeiro, numa sessão de autógrafos de uma das suas principais referências intelectuais e artísticas, a escritora mineira Conceição Evaristo, sua inspiração teve início.
Ela escreveu no livro Insubmissas lágrimas de mulheres, que adquiri: Aline, celebrando a nossa afro-mineiridade. Com afeto, Conceição Evaristo. Essa é uma lembrança que pulsa muito sentido no que eu faço, pois estamos sempre referenciando nosso lugar de afeto e de raízes em qualquer lugar que estamos. Para essa minha conquista, fui presenteada com algo há anos e que está brilhando mais agora”, diz.
Atualmente, reside no bairro Ana Moura, e expôs pela primeira vez no Vale do Aço na feira de artesanato Mostra Biojoias”, que ocorreu em Ipatinga no dia 12 de julho. Está há mais de cinco anos no meio artístico. No começo deste sonho, postava seus desenhos na internet, e rapidamente sentiu um desejo de experimentar uma nova linguagem, estudando pintura por conta própria, produzindo e vendendo artes em feiras e praias.
Memória e ancestralidade
Em suas artes, aborda memória e ancestralidade como temas principais, e pesquisa desmembramentos que representam vínculos com suas memórias individuais e coletivas da família, além de possibilidades de reconhecimento e pertencimento.
Dessa forma, eu exerço o direito de conhecer a história que me antecede, para eu poder contar a minha própria história e ir contra as políticas de apagamento e esquecimento das verdadeiras narrativas negras, preservadoras de informações que potencializam a minha existência”, afirma.
Fazer política para o povo
Aline de Oliveira reforça que a região conta com o movimento de muitos artistas, mas ainda é preciso mais incentivo. Estes movimentos afetam não só de forma individual, mas também de forma coletiva nas melhorias das cidades quando pensamos no presente e futuro das gerações”, alega.
Complementa que o reconhecimento de artistas locais traz boas expectativas de vida para as comunidades e todo o território, pois desse modo a valorização da diversidade e das contribuições que surgem dela é percebida na prática e não só nos discursos.
É importante que haja reconhecimento, valorização, incentivo, investimento e que se volte o olhar para artistas de regiões que não estão nos grandes centros brasileiros, porque o Brasil é imenso e os artistas que também são trabalhadores, mas que vivem no anonimato, são parte fundamentais na construção cultural dele e isso também é fazer política para o povo”, conclui.
Para acompanhar o trabalho de Aline, é possível acessar seu perfil no Instagram @co_stela.
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Cleber Ferreira Ramos
13 de julho, 2025 | 11:02Adorei, principalmente a terceira foto do quadro nesta página.”