
14 de julho, de 2025 | 08:36
Zema suspende consulta sobre implantação das Escolas Cívico-Militares por causa do recesso escolar
Cristiano Machado/Agência Minas
Modelo prevê que Secretaria de Educação fica com o modelo pedagógico e policiais e bombeiros assumam a gestão educacional e disciplinar

Notícia atualizada às 14h48 de segunda-feira
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) anunciou neste domingo (13/7) a suspensão do processo de consulta à comunidade escolar sobre o interesse das unidades da rede estadual em aderir ao Programa das Escolas Cívico-Militares, promovido pelo Governo de Minas. No Vale do Aço, conforme já noticiado pelo Diário do Aço, a proposta estava sendo rejeitada pela maioria das escolas onde a consulta foi feita.
O governador Romeu Zema (Novo) se pronunciou, nesta segunda-feira (14), sobre a interrupção momentânea das assembleias. A medida considera o período de recesso escolar. Chegamos a essa conclusão devido ao período de férias. Muitos pais não iam conseguir participar, pois já tinham programado viagens. Então, queremos fazer tudo com o maior critério possível”, disse o governador.
O secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, apontou pontos importantes sobre o projeto. "No dia 1/8, os alunos e professores estarão de volta e, com isso, vão ter novas orientações para a retomada do processo de escuta. Todas as comunidades escolares que fizeram as assembleias antes desse período serão respeitadas. Vale lembrar que esse é um processo democrático, que a gente escuta os professores, alunos e os pais”, informou.
Polêmica
No fim de semana, alegando que estariam ocorrendo desvios na consulta, o vereador ipatinguense, Matheus Braga (DC), ajuizou uma ação popular com pedido liminar na Vara da Fazenda Pública, no município, em que solicita a anulação das votações realizadas em escolas estaduais sobre a adesão ao Modelo Cívico-Militar e a suspensão imediata de novas consultas, até que sejam garantidas condições legais, transparentes e democráticas.
Conforme divulgado pela assessoria do parlamentar, a decisão foi tomada após receber uma série de reclamações de pais de estudantes. A mobilização de setores representativos dos professores, dentre eles o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute) estaria levando à derrota da proposta na escola.
No âmbito estadual, as assembleias eram realizadas nas escolas desde o fim de junho, e o Estado pretendia concluir a consulta em mais de 700 unidades de ensino até o dia 18 de julho.
A Secretaria de Educação defende que o programa "tem se mostrado uma iniciativa promissora para a promoção de um ambiente escolar mais seguro, organizado e acolhedor, integrando valores cívicos e disciplinares ao projeto pedagógico das escolas".
Os professores e trabalhadores da educação têm feito críticas ao modelo Cívico-Militar nas escolas. Em um manifesto contrário ao programa cívico-militar, o Sind-Ute MG afirma que a iniciativa tenta substituir projetos pedagógicos e a autonomia das comunidades escolares por uma lógica hierárquica e autoritária, baseada numa presença ostensiva de militares que pouco dialoga com as reais necessidades de alunos, famílias e profissionais de educação".
Sindicato
Em nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) destaca que o governo do Minas, diante das sucessivas derrotas vivenciadas na semana passada, decidiu suspender as assembleias. O Sind-UTE/MG reafirma sua posição contrária à militarização das escolas públicas, por entender que se trata de um programa de viés autoritário, com claros objetivos eleitoreiros e ideológicos que não condizem com as reais necessidades e interesses de uma escola plural, democrática, diversa e inclusiva”, defende.
O Sind-UTE/MG informa ainda que já ajuizou Ação Civil Pública, com pedido de liminar, para suspender a implementação das chamadas escolas cívico-militares em 728 unidades da rede estadual de ensino. A iniciativa foi tomada diante de um avanço autoritário do Governo de Minas, que tem imposto à comunidade escolar um modelo militarizado, sem diálogo, sem base legal e em total desrespeito às normas constitucionais que regem a educação pública no país”, diz a nota.
Ainda conforme o texto, o Sind-UTE/MG se manterá firme conta a militarização e em defesa de uma educação crítica, livre e democrática, entendendo que escola pública é lugar de ensino e aprendizagem, com professores e funcionários valorizados, liberdade de expressão e compromisso com a qualidade do aprendizado - não um palco para manutenção de tropa. Contratar policiais ou militares aposentados, remunerados acima dos educadores, desvia recursos essenciais para concurso público de docentes, pedagogos e demais servidores concursados”, enfatiza.
Afinal, o que é a proposta das escolas cívico-militares?
Conforme a SEE-MG, escolas cívico-militares são instituições públicas com gestão compartilhada entre educadores e militares (policiais e bombeiros militares) voltadas para os anos finais do Ensino Fundamental ou para o Ensino Médio.Nesse modelo, as secretarias de Educação ficam por conta do currículo, enquanto os professores atuam no ensino e os militares (Polícia, bombeiros ou das forças armadas) colaboram na gestão educacional e disciplinar.
Estudantes das escolas que adotam o modelo cívico-militar são admitidos mediante matrícula ou transferência e pode incluir prova, conforme a disponibilidade de vagas em cada unidade. (Com informações da SEE-MG/Agência Minas e jornal O Tempo)
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Zé Doido
14 de julho, 2025 | 17:40Zémané continua suas pataquadas, querendo deixar as escolas ainda mais excludentes, não precisamos de PM nas escolas, precisamos de uma EDUCAÇÃO de qualidade respeito aos EDUCADORES, a começar pelos governos.
Se tivéssemos uma educação aos moldes de Paulo Freire e Darcy Ribeiro, com certeza estávamos muito melhor.
#EscolaNaoÉQuartel”
Bom
14 de julho, 2025 | 17:31Antigamente as escolas eram excelentes e os alunos além de cantar o hino nacional, tinham extremo respeito aos mestres, inclusive tinga aula de religião.
E nunca precisou de militares ou seus ensinamentos nas escolas, porque o RESPEITO ERA INEGOCIÁVEL.
Acontece que tiraram a moral dos pais e mestres e excluíram várias matérias.
Será que a pm vai resolver esse problema?????”
Querem o Caos
14 de julho, 2025 | 11:50JÁ VI VÁRIOS PROFESSORES SENDO AGREDIDOS POR ALUNOS E OS MESMOS SÃO CONTRA... DEIXA O PAU QUEBRAR NO LOMBO DELES ENTÃO”
Gildázio Garcia Vitor
14 de julho, 2025 | 11:49Sr. Cidadão Comum, parabéns pelo comentário! Mas as nossas Escolas públicas precisam, urgentemente, de mais HUMANIZAÇÃO e de menos militarização, ou seja, precisam é de Psicólogos, Psicopedagogos, Assistentes Sociais e, por incrível que pareça, até de Professores.”
Em Dúvida
14 de julho, 2025 | 11:18Escola Cívico-Militar.
Que já, no início, deixar claro que sou plenamente favorável à disciplina. Não há anseio maior, senão, nossos filhos e netos recebendo uma condução que os possa tornar grandes homens!
Não acredito que possa haver pais que não queiram o MELHOR para seus filhos. Não há! Se preciso for, damos nossas vidas, para salvar a vida do filho.
Escola Cívico-Militar... O que é? Como funciona? Como acontece DE VERDADE?
De uma coisa já sabemos: NÃO É UM COLÉGIO TIRADENTES!
Se alguém pensa que se parece, já digo: Não. Não se parece. São conceitos totalmente diferentes, embora a palavra ?Militar? esteja presente.
A forma como o assunto vem sendo tratado nesses últimos dias é no mínimo, intrigante. Muito pouco tempo para um estudo aprofundado. Muito pouco tempo para que possamos decidir o futuro dos nossos filhos. Muito pouco tempo para que possamos tomar uma decisão, fundamentada em uma análise criteriosa. Lembro: QUEREMOS O MELHOR PARA NOSSOS FILHOS E NETOS!
O que diz o ?caderno? de perguntas e respostas elaboradas pelo Governo de Minas Gerias?
Não se trata de ?militarização? das escolas. Os profissionais militares serão COLABORADORES em atividades Cívico-Pedagógicas.
Os militares não atuarão em salas de aula. Toda a docência e o desenvolvimento permanecerão de exclusiva responsabilidade da equipe pedagógica da escola.
A média de militares por escola será de 1/150. Citando como exemplo a Escola Ana Letro, poderemos ter até 10 militares.
O caderno tem 21 perguntas com 21 respostas. Algumas dúvidas permanecem:
O militar terá formação pedagógica para atuar nas escolas? Ou somente o fato de estar na reserva, já o qualifica?
Quais os métodos de seleção dos militares para estarem nas escolas? Indicação política? Qualificação técnica? Haverá uma ?prova?? Haverá uma seleção?
Os militares atuarão fardados e armados?
Quem efetivamente toma a decisão de entrar na proposta? A comunidade escolar ou o Colegiado?
A decisão é muito séria. Para um Sim ou Não, deve haver um estudo profundo. No calor das emoções, invariavelmente, as decisões são equivocadas. O governo de Minas deu muito pouco tempo para o estudo do assunto. Não entendo como ?justo? esse tempo.
Já assistimos vídeos de alunos de uma escola, onde eles se apresentam uniformizados, de boina, lacinho e tudo, ?prestando? continência para autoridades. Será assim? Vídeos com banda de música de alunos. Será assim?”
Cidadao Comum
14 de julho, 2025 | 11:03Nao tenho apreço pelo Bolsonaro, detesto o moralismo da direita, e ainda mais os reacionários. Mas vejo como uma solução honesta para a situação vivenciada atualmente.
Mas se os professores colocam a militância ideológica acima da solução, deixa como está... e quando os professores passarem aperto com alunos indisciplinados, liguem para o Paulo Freire.”
Gildázio Garcia Vitor
14 de julho, 2025 | 08:44BocóZema amarelou!”