
14 de julho, de 2025 | 16:56
Polo Cine Vales propõe o audiovisual como motor da nova economia regional
Divulgação
O audiovisual é debatido como indústria e estratégia de desenvolvimento nos Vales do Aço e Rio Doce e Jequitinhonha

Nos dias 25 e 26 de julho, o Unileste, em Coronel Fabriciano, sediará o Seminário Polo Cine Vales A Nova Indústria Criativa em Movimento, um evento estratégico que marca o avanço da economia criativa como vetor de desenvolvimento socioeconômico na Região Metropolitana do Vale do Aço e em territórios vizinhos.
A iniciativa conta com o apoio institucional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (Sede) e da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA), e visa fortalecer o setor audiovisual como parte de uma política pública integrada, sustentável e inovadora.
Audiovisual como economia: o modelo de Arranjo Produtivo Local
Entre os principais temas do seminário está a implementação de um Arranjo Produtivo Local (APL) do audiovisual, modelo reconhecido por sua capacidade de articular empresas, instituições, profissionais e políticas públicas em torno de uma cadeia produtiva organizada.
APLs são estruturas que promovem o desenvolvimento regional por meio da colaboração entre agentes locais, fortalecendo vocações territoriais e estimulando a geração de empregos, a inovação e o empreendedorismo. No caso do audiovisual, isso significa integrar desde a formação técnica e criativa até a infraestrutura de produção, os festivais, os serviços de apoio, as plataformas de exibição e os mecanismos de financiamento.
O cinema na região
A região já vem demonstrando, na prática, sua vocação para o audiovisual. Nos últimos anos, foram realizadas quatro longas-metragens e dezenas de curtas produzidos nos Vales, envolvendo profissionais locais, equipamentos regionais e parcerias institucionais. Muitos desses filmes já circulam em festivais nacionais e internacionais, com destaque para premiações que comprovam não apenas o talento envolvido, mas também o potencial da região em se consolidar como um polo produtivo consistente. Esse movimento espontâneo, porém, crescente, é a base concreta sobre a qual o Polo Cine Vales busca se estruturar e se expandir.
Cataguases como referência: palestra com César Piva
Um dos destaques da programação será a palestra de César Piva, gestor do Polo Audiovisual da Zona da Mata, sediado em Cataguases (MG), reconhecido nacionalmente como referência na implementação bem-sucedida de um APL do audiovisual.
A experiência de Cataguases demonstrou que, com planejamento, articulação e investimento, é possível transformar o setor audiovisual em um motor econômico regional.
Por meio de parcerias entre governo, iniciativa privada e instituições de ensino, o Polo de Cataguases consolidou uma rede de formação, produção, inovação e circulação de conteúdos, atraindo produções de alcance nacional e internacional.
César Piva também compartilhou sua experiência na construção do Polo Cine Vales e, durante o seminário, fará palestra sobre os caminhos e desafios enfrentados na Zona da Mata e como essa experiência pode inspirar soluções para a nossa região.
Um novo tempo para os Vales
Com o avanço das tecnologias digitais, o audiovisual tornou-se mais acessível, democrático e descentralizado. Hoje, cidades médias e pequenas têm condições reais de se tornarem polos de produção e inovação, desde que contem com planejamento, capacitação e infraestrutura.
O Polo Cine Vales surge justamente com esse propósito: construir um ecossistema audiovisual consistente, capaz de gerar empregos qualificados, movimentar a economia local e integrar a região a um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, inclusivo e baseado na criatividade.
Além da programação de palestras e debates, o evento terá articulações com lideranças regionais, painéis técnicos e encaminhamentos para a estruturação de políticas públicas voltadas à economia do audiovisual.
Uma semana antes, de 19 a 21 de julho, serão oferecidas oficinas no centro de Coronel Fabriciano:
Oficina única no Brasil: Vamos começar do começo?”, que propõe aos participantes uma experiência imersiva e prática de filmagem em película, utilizando duas das câmeras mais icônicas da história do cinema mundial: uma câmera de 16mm e uma Arriflex 35mm.
Com apenas 12 vagas disponíveis, os participantes terão a oportunidade de filmar uma cena curta em película e acompanhar todo o processo de revelação do material analógico, vivenciando de forma direta a origem física e artesanal do cinema.
Entender o cinema da época da película é mais do que um aprendizado técnico: é uma vivência sensorial e artística que ajuda a compreender a linguagem do cinema em profundidade”, afirmam os organizadores.
A Arriflex 35mm, utilizada na oficina, é reconhecida como a câmera mais usada nos grandes filmes ao longo da história. Junto à experiência prática, os participantes também terão momentos de discussão sobre a transição do cinema analógico para o digital e os impactos dessa mudança na criação audiovisual.
Mais 3 oficinas serão realizadas no sábado, das 14 às 20 horas. Inscrições: Mais informações e formulário de inscrições disponíveis no site: polocinevales.com.br
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