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13 de agosto, de 2025 | 10:43

TCE suspende expansão das escolas cívico-militares em Minas Gerais

SEE-MG/Divulgação
Decisão contempla requerimento da deputada estadual Beatriz Cerqueira Decisão contempla requerimento da deputada estadual Beatriz Cerqueira
Por Matheus Valadares - Reporte Diário do Aço
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) publicou uma decisão que suspende o programa de expansão das escolas cívico-militares em Minas Gerais. O projeto previa a possibilidade de adesão em 25 unidades de ensino do Vale do Aço, com destaque para Ipatinga, com 12 escolas selecionadas.

A medida do TCE foi expedida segunda-feira (11), anunciada e comemorada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), por meio de seu perfil no Instagram. Ela foi a autora de uma requisição feita ao órgão, na qual questionou a legalidade do programa, a forma “abrupta e desprovida de estudos técnicos, contrariando diretrizes da política educacional nacional” e denunciou a violação ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), entre outras possíveis irregularidades.

A decisão foi monocrática, expedida pelo conselheiro Adonias Monteiro e que será votada em plenário pelos demais integrantes do órgão nesta quarta-feira (13), podendo ser mantida ou não.

“A expansão do programa implementado pelo governo Zema apresenta diversas irregularidades. Destaca-se a ausência de previsão orçamentária específica, além da inclusão dessas escolas na mesma ação que trata da privatização de instituições de ensino. Há, também, a inexistência de legislação regulamentadora, o que inviabiliza a continuidade da atuação governamental, que age à margem da lei, do orçamento e de um processo adequado de fiscalização”, afirma a deputada a respeito do desejo do Executivo Estadual.

A parlamentar acrescenta que considera a decisão do tribunal acertada e que “é alarmante que um governo não se responsabilize pelo cumprimento de requisitos mínimos, como a observância de regras, legislação e orçamento. A expansão do programa, na forma como foi proposta e implementada, parece ter como objetivo principal atender a interesses eleitorais”.

Segundo semestre
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) deu início, no mês de julho, ao processo de consulta às comunidades escolares sobre o interesse das unidades da rede estadual de aderirem ao Programa das Escolas Cívico-Militares.

A lista abrangeu mais de 700 escolas, entre elas instituições de Coronel Fabriciano, Ipatinga, Timóteo, Santana do Paraíso e Caratinga. A resolução previa que as comunidades fizessem a votação até o dia 18 daquele mês.

Porém, no dia 13, a SEE anunciou a suspensão do processo de consulta, e justificou que a medida considerava o período de recesso escolar.

No dia 25, o governo de Minas comunicou oficialmente o desligamento do então secretário de Educação, Igor de Alvarenga, após três anos à frente da pasta. Para a vaga, foi empossada Rossieli Soares.

O programa
O modelo cívico-militar funciona por meio de uma gestão compartilhada entre a Secretaria de Estado de Educação, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A proposta tem como base valores como disciplina, cooperação e cultura de paz, sem alterar o currículo escolar, a estrutura pedagógica ou o quadro de profissionais das unidades de ensino, segundo o governo.

Conforme a SEE, as nove escolas que já utilizam esse modelo no estado apresentaram avanços nos indicadores educacionais. No Ensino Fundamental, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) subiu de 3,5 em 2017 para 5,0 em 2021, com leve queda para 4,6 em 2023. Já no Ensino Médio, o Ideb passou de 2,8 para 4,0 no mesmo intervalo. Além disso, a taxa média de abandono escolar caiu de 4,92% em 2022 para 2,96% em 2023.

Escolas do Vale do Aço rejeitaram a proposta

A previsão era que a discussão sobre a expansão do programa voltasse em agosto, após o recesso das escolas, mas dependerá do TCE-MG. Antes da paralisação feita pelo Executivo Estadual, 58,33% das instituições aptas em Ipatinga haviam votado e optado por não aderir ao modelo, dentre elas as escolas João XXIII, Dom Helvécio, Almirante Toyoda, Nilza Luzia de Souza Butta, Selim José de Salles, Elza de Oliveira Lage e Canuta Rosa de Oliveira Barbosa. A informação foi apurada junto ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) - Subsede Ipatinga à época.

Cinco escolas da cidade não tiveram a oportunidade de votar, assim como escolas dos outros municípios. Em Timóteo, a escola Ana Letro Staacks, no Quitandinha, deu parecer favorável à proposta.
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Comentários

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Honorio

13 de agosto, 2025 | 13:06

“Quando os dados estatísticos são apresentados, geralmente é para defender o autor da proposta. Podem, inclusive, fazer uma pesquisa externa e confirmar a situação.
Estatística para mim sempre foi uma maneira ilustrada de se dizer uma mentira.”

Proteção

13 de agosto, 2025 | 13:01

“Muito estranho ser contra manter junto as nossas crianças pessoas da mais respeitada corporação militar do país. Só quem participou da reunião pode falar com propriedade como um diretor forçou para o Não ao projeto. Pensem fora da política sobre o assunto.”

Rodrigo 27

13 de agosto, 2025 | 11:08

“Professor Gildázio escreveu pouco mas escreveu tudo !”

Mineiro

13 de agosto, 2025 | 10:47

“Rs, sabia que o primeiro comentário seria do companheiro Gildásio... terrivelmente vermelho.”

Gildázio Garcia Vitor

13 de agosto, 2025 | 05:46

“Medida eleitoreira do BocóZema, que quer fazer média e ganhar votos com os bolsonaristas, numa improvável candidatura à Presidência em 2026.”

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