14 de agosto, de 2025 | 19:10
Homem é condenado a mais de 33 anos de prisão por feminicídio em Ipatinga
Wellington Fred
Julgamento foi realizado nesta quarta-feira e o réu pegou mais de 33 anos de reclusão

Terminou por volta de 18h desta quinta-feira (14), no Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga, o julgamento do caso Rafaella Sales, assassinada pelo seu namorado, no bairro Vila Celeste em Ipatinga, no dia 28 de abril de 2023, fato esse noticiado pelo Diário do Aço.
Ao fim da sessão, o réu Alef Teixeira de Souza foi condenado a 33 anos e 4 meses de reclusão, em regime inicial fechado. Também ficou determinado o pagamento de R$ 25 mil a título de reparação às duas filhas da vítima.
O Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro sustentou que, de forma consciente, Alef manteve a vítima sob constantes agressões físicas e injetou nela, reiteradamente, doses de cocaína, aumentando progressivamente a quantidade até causar overdose fatal.
O crime foi cometido mediante asfixia e tortura, com recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição de sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar”, destacou.
Rafaella apresentava múltiplas lesões, hematomas e marcas de injeção nos braços, evidenciando a extrema violência e crueldade do ato. Após matá-la, Alef se apossou de suas redes sociais e de seu celular, enviando mensagens falsas aos familiares para disfarçar o crime e controlar a narrativa dos fatos.
Mais cedo, colegas de trabalho da vítima, que atuava como caixa em uma lanchonete no Hospital Márcio Cunha em Ipatinga, relataram que antes de ser assassinado a mulher apareceu para trabalhar com marcas de agressão, mas negava que as lesões fossem resulado de violência doméstica.
Todas as teses acatadas
O Conselho de Sentença acolheu integralmente todas as teses do Ministério Público, reconhecendo a materialidade, a autoria e todas as qualificadoras apontadas na denúncia.Em outro processo que tramita na Justiça de São Paulo, Alef responde por tentativa de feminicídio qualificado, ocorrida em abril de 2021, na capital paulista, que será julgada posteriormente.
Para o Promotor de Justiça Jonas Junio Costa Linhares Monteiro, a decisão representa a firme atuação institucional na defesa da vida, a responsabilização efetiva por crimes cometidos com brutalidade e a reafirmação do compromisso no combate à violência contra a mulher e à impunidade.
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Deportado da Colômbia
Depois do crime em Ipatinga em abril de 2023, Alef fugiu e, em 7 agosto de 2023, teve o nome incluído na Difusão Vermelha da Interpol, figurando na lista de criminosos procurados em outros países. Dias depois, foi preso na Costa Rica.Como a Costa Rica não tem tratado de extradição com o Brasil, Alef acabou liberado e foi preso pela Interpol quando ele desembarcou em um voo em Bogotá, na Colômbia. Foi mantido encarcerado no exteror até o começo deste ano. Alef foi extraditado para o Brasil em 6 de fevereiro de 2025 e aguardou, preso, ao julgamento pela morte da namorada em Ipatinga.
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