27 de setembro, de 2025 | 08:00

Dia Nacional da Doação de Órgãos: Pietra, a criança mais nova da América Latina a receber um transplante de pulmão

Enviada ao Diário do Aço
Pietra Guedes Stefanin, a criança mais nova da América Latina a receber o transplante de dois pulmõesPietra Guedes Stefanin, a criança mais nova da América Latina a receber o transplante de dois pulmões

Por Dani Roque – Estagiária, sob supervisão

No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado neste 27 de setembro, é lembrado não apenas a generosidade de quem decide doar, mas também as vidas que são transformadas por esse gesto. Uma dessas histórias é a de Pietra Guedes Stefanin, uma menina de apenas 4 anos que se tornou a paciente mais jovem da América Latina a receber um transplante de pulmão.

Pietra nasceu saudável, sem sinais de problemas respiratórios. No entanto, aos 2 anos e 7 meses, sua vida mudou com o diagnóstico de hipertensão pulmonar idiopática (HAPI), uma doença rara e grave que provoca aumento da pressão nas artérias pulmonares sem causa aparente. O tratamento convencional, feito com três tipos de medicações, não surtiu efeito no caso dela. A única saída era o transplante.

A jornada até o transplante foi marcada por desafios. Foram sete meses de idas e vindas a hospitais sem um diagnóstico preciso, até que, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (InCor), os médicos identificaram a doença e colocaram Pietra na fila de espera por um pulmão compatível. A espera durou nove meses.
A mãe, Poliana Guedes Ferreira, relembra o momento em que recebeu a ligação do InCor informando que havia um órgão disponível: “Mesmo sabendo que poderia acontecer a qualquer momento, me senti nervosa e despreparada. No meio do desespero, comecei a arrumar tudo para irmos ao hospital. Apesar da confusão, senti uma paz no coração, como se tudo fosse dar certo”, contou.

A cirurgia durou 14 horas e foi considerada um marco na medicina brasileira. Nunca uma criança tão jovem havia passado por esse tipo de procedimento na América Latina. A equipe médica alertou sobre os riscos, mas também sobre os benefícios. A fé e a força da família foram fundamentais para enfrentar esse momento.

Poliana destaca a importância da conscientização sobre a doação de órgãos, especialmente no caso de crianças. “A fila infantil vem crescendo muito. Crianças precisam de transplantes e enfrentam desafios extras, pois não podem receber órgãos de adultos. No caso da Pietra, era necessário que o pulmão fosse do mesmo tipo sanguíneo e do tamanho exato da caixa torácica dela”, disse.

Além dos avanços da medicina, a mãe ressalta que o acolhimento às famílias e a divulgação sobre a doação de órgãos ainda precisam melhorar:
“A morte pode ser comum na medicina, mas para quem perde alguém é sempre um momento difícil. Se houvesse mais informação e acolhimento, talvez mais famílias se oferecessem para doar, entendendo que podem salvar várias vidas”, confirmou.
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