23 de outubro, de 2025 | 17:42
Ninho do Urubu: famílias de jovens criticam ''falha grave da Justiça''
Divulgação
Dez adolescentes morreram em incêndio do Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do Flamengo
Dez adolescentes morreram em incêndio do Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do FlamengoCom informaçoes da Agência Brasil
Afronta à memória das vítimas. Falha grave da Justiça. Sentimento de impunidade. Foi dessa forma que familiares dos 10 adolescentes mortos no incêndio do Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do Flamengo, protestaram contra a absolvição dos acusados no processo criminal que corria na 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Sete pessoas respondiam pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave. Em fevereiro de 2019, 26 atletas dormiam nos contêiners usados como alojamento para as categorias de base do clube. O fogo começou em um aparelho de ar condicionado. Os dez adolescentes mortos tinham entre 14 e 16 anos de idade. Outros três ficaram feridos.
A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) disse esperar que a decisão seja revista e reiterou o pedido para que o processo siga para instâncias superiores. Em nota, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que recorrerá da decisão judicial.
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) informou que, além do processo criminal, o Flamengo continua respondendo a um processo no âmbito cível. Na ação, Defensoria e MPRJ pedem que o clube pague indenização às famílias das vítimas e dano moral coletivo, no valor inicial mínimo de R$ 20 milhões, destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).
Procurado pela reportagem da Agência Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo ainda não se posicionou sobre a decisão na esfera criminal. Também não havia, até a publicação desta matéria, nenhuma nota oficial nos canais de comunicação do clube.
Réus
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o juiz responsável pela decisão, Tiago Fernandes Barros, entendeu que não há provas suficientes de que os acusados tivessem concorrido de forma direta para a ocorrência do incêndio, destacando que não se pode responsabilizar criminalmente alguém apenas em razão do cargo que ocupava, sem comprovação efetiva de ação ou omissão determinante para o resultado”.
Os réus absolvidos em primeira instância foram: Antônio Márcio Mongelli Garotti, Marcelo Maia de Sá, Edson Colman da Silva, Cláudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fábio Hilário da Silva e Weslley Gimenes. Segundo o TJ, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, então presidente do clube, teve punibilidade extinta em razão do tempo transcorrido de processo. Outros denunciados já tinham sido excluídos do processo em fases anteriores.
Quem eram as vítimas do Ninho do Urubu
Os adolescentes mortos no Ninho do Urubu eram: Athila Paixão, de 14 anos; Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos; Bernardo Pisetta, 14 anos; Christian Esmério, 15 anos; Gedson Santos, 14 anos; Jorge Eduardo Santos, 15 anos; Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos; Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos; Samuel Thomas Rosa, 15 anos e Vitor Isaías, 15 anos.
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