28 de outubro, de 2025 | 06:00

Refletindo ao nascer do sol...

Nena de Castro *


Amanheceu...O sol ganhou força no horizonte e a luz espargida sobre o planeta nos mostra quanta beleza ainda existe! Dia, meus queridíssimos cinco leitores! Em meio a tanta luz, reflito...Só de pensar que no próximo ano haverá eleição, euzinha tô cheia de cafubira, é coceira que não acaba mais! Gastura, nirvosia, a boca do estambo rodopiano, sabendo que o destino do país será entregue a alguém que espero, seja portador de bom senso para nos guiar por esse mundo destrambelhado!

Que saibamos escolher, no meio de tanta balbúrdia! Ouvi “en passant” outro dia, um senhor contando entre risos, que há algum tempo recebeu um telefonema da cantina da escola frequentada pelo filho, cobrando uma quantia substancial de merenda. Levou um susto, porque aquela grana daria pro seu filho merendar por uns três anos.
“Que saibamos escolher, no meio de tanta balbúrdia”


Quando o menino chegou da aula, chamou-o pra uma conversa e expôs a cobrança. Ficou muito espantado ao escutar a história: fui eu pai, quer dizer, foram os meus colegas. Eu fui candidato a vereador mirim e falei que quem votasse em mim podia pegar o que quisesse na cantina, na sua conta! Eita ferro, que menino prodígio! Tomara não tenha conseguido ser eleito e sua carreira política tenha sido encerrada, senão daqui a alguns anos... Então, lembrei da narrativa de Carlos Mota, sobre o modo de angariar votos de um certo candidato a vereador aí pelas bandas do “NordeMinas”: “E aí sô, eu premero comprei um boticão pru mode distraí dente do povo e aumentá minha votação. Mas o disgramado do camarada rancadô de dente, um dia, mortin de bebo, rancô um dente errado e fez uma buraquêra danada na boca de um moço. Aí eu breganhei ele numa televisão. Dispois, eu comprei um aparei de fazê inzame de feze e ganhei mais uma ruma de voto! Isturdia, sô, eu matei sem querê uma jibóia. Da carne, minha muié Maria fez um dicumê. A banha eu juntei nuns vidrin que eu dô prus qui sofri de intrevamento, ispinhela caída e dor nos quartos. Só com a bichinha vô ganhá mais um tantão de inleitor!”

Afora o riso que provocam, as afirmações do político citado nos trazem à memória certas passagens obscuras de nossa vida eleitoral, como a distribuição de um só pé de sapato em rincões paupérrimos, dentaduras, e outras coisas ínfimas pelas quais um voto era trocado! Caminhamos um pouco, certamente, mas há um longo caminho para o brasileiro se situar melhor no processo de escolha, e esse caminho passa de forma fundamental pela Educação e Cultura. Um país com escolas bem estruturadas, professores com remuneração digna e uma sólida programação cultural oferecerá em troca, um povo com orgulho de si, de suas tradições e manifestações advindas de sua história! Lembro-me que nos reunimos para dizer “não!” à malfadada PEC da Blindagem do Congresso, numa prova de que a união entre diversas correntes de opinião deu resultado e não aceitamos a impunidade pretendida pelos bandidos, digo, políticos! A Cultura constrói valores e molda vínculos entre os cidadãos que passam a discutir o todo, não se perdendo na superficialidade por falta de referências culturais. Daí a minha alegria por tantos projetos culturais acontecendo em Ipatinga! E vamo que vamo, lutando sempre pela melhoria do nosso país! E nada mais digo, a não ser: valorize-se, meu Brasil!

* Escritora e Encantadora de Histórias.

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