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28 de outubro, de 2025 | 16:27

Governo de Minas passa a oferecer teste genético gratuito para detecção de câncer de mama e de ovário

Cristiano Machado / Imprensa MG
Estado também amplia o acesso à mamografia gratuita a cada dois anos para mulheres de 40 a 74 anos pelo SUSEstado também amplia o acesso à mamografia gratuita a cada dois anos para mulheres de 40 a 74 anos pelo SUS

Com informações da Agência Minas

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, e o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Fábio Baccheretti, anunciaram, nesta terça-feira (28/10), em Belo Horizonte, que o Governo de Minas passa a oferecer gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o teste genético para detecção de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, associados aos cânceres de mama e de ovário hereditários.

O Estado vai investir R$ 1,1 mil por teste, com 2 mil exames previstos por ano, totalizando mais de R$ 9,8 milhões em recursos. O investimento inclui o cofinanciamento dos procedimentos clínicos complementares, garantindo o acompanhamento integral das usuárias na rede pública.

Para o vice-governador, a possibilidade de recorrer a este tipo de teste na rede pública de saúde vai proporcionar assertividade do diagnóstico e um tratamento mais precoce e efetivo contra o câncer.

"É um exame de sangue ou de saliva e que possibilita a identificação do risco efetivo do surgimento da doença, mudando os protocolos e o acompanhamento das mulheres que são propícias a desenvolver estes dois tipos de câncer", explicou Mateus Simões.

A iniciativa cumpre a Lei Estadual nº 23.449 e será voltada a mulheres com histórico pessoal ou familiar das doenças, consideradas de alto risco genético, conforme critérios definidos em resolução específica da Secretaria de Estado de Saúde.

Mamografia ampliada
Além de disponibilizar o teste genético gratuitamente, o vice-governador anunciou a ampliação da realização dos exames de mamografias pelo SUS em Minas Gerais para mulheres de 40 a 74 anos, com realização a cada dois anos. Até então, o procedimento era garantido apenas para a faixa etária de 50 a 69 anos.

De acordo com Simões, a disponibilização da mamografia para estas novas faixas etárias irá aumentar a identificação precoce da doença, aumentando as chances de cura.

“O governo vai pagar a mamografia para todas as mulheres a partir de 40 anos de idade, basta que elas compareçam ao posto de saúde e peçam a marcação do exame. Não há nenhuma necessidade de consulta médica para recomendação de realização do exame. Isso muda muito a nossa condição de diagnóstico precoce porque 50% dos casos acontecem em mulheres com menos de 50 anos de idade”, explicou.

Durante o evento, o vice-governador também divulgou o repasse de R$ 15 milhões para o Instituto Mário Pena para que ele possa converter a unidade de tratamento oncológico localizada no Hospital Luxemburgo para atender 100% da demanda do SUS.

Diagnóstico e tratamento
Os testes serão realizados por meio de convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também irá promover capacitações e discussões de casos clínicos com médicos e enfermeiros, especialmente por meio do Telessaúde.

O programa de testagem está previsto para começar no início de 2026, após a formalização do acordo com a UFMG e a definição das etapas operacionais junto à rede pública de saúde.

O exame utiliza uma amostra de sangue ou saliva e dispensa jejum. O resultado pode ser positivo, negativo ou inconclusivo, e um resultado positivo não significa o desenvolvimento da doença, mas indica risco aumentado que requer acompanhamento contínuo.

Além do diagnóstico genético, o SUS garante todas as modalidades de tratamento, como cirurgias, reconstrução mamária, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo, conforme o tipo e o estágio da doença.

Os casos suspeitos serão encaminhados pelas Secretarias Municipais de Saúde às Comissões Municipais de Oncologia, que organizam o atendimento nos hospitais habilitados.

A SES-MG irá publicar uma normativa específica com as diretrizes, fluxos e critérios técnicos para a execução dos testes.

Esperança para as próximas gerações
A chegada do teste genético na rede pública de saúde e a ampliação do exame de mamografia para mulheres abaixo dos 50 anos trazem alívio e confiança para a educadora infantil Elania Abreu Dutra, que aos 37 anos foi diagnosticada com o câncer de mama. Para ela estes avanços vão trazer mais esperança para as mulheres mineiras, em especial as da sua família, que já teve um caso relacionado com a doença.

“Acho um avanço extremamente importante para as pacientes, principalmente, para as que fazem o tratamento pelo o SUS. A notícia do teste e da ampliação do exame traz mais tranquilidade para mim, para a minha filha, para os meus familiares e para o meu tratamento porque acredito se for detectado alguma alteração nestes exames, posso fazer alguma cirurgia de prevenção, impedindo que este tumor volte”, contou.

Cenário em Minas Gerais
De acordo com o Painel de Monitoramento do Tratamento Oncológico da SES-MG, Minas Gerais registrou 6.907 novos casos de câncer de mama em 2024, e 2.767 em 2025. No mesmo período, foram contabilizados 2.970 óbitos em decorrência da doença, 1.932 em 2024 e 1.038 entre janeiro e agosto de 2025.

Fortalecimento da rede oncológica
Para aprimorar o cuidado integral às mulheres e ampliar o diagnóstico precoce, o Governo de Minas lançou, em 2024, o programa Cuidar na Hora Certa, com investimento de R$ 24,4 milhões por ano. A iniciativa busca reduzir a morbimortalidade por câncer de mama e agilizar o acesso ao tratamento em todo o estado.

“Nós tratamos do câncer início ao fim e, além disso, nós estamos tentando desburocratizar cada etapa. Nós queremos que as mulheres tenham a autonomia de fazer, dentro do protocolo, a mamografia na hora que quiser, sem ter que ficar-se indo muito a postos de saúde, numa consulta médica, como é o direito das mulheres. E é um dever nosso garantir esse acesso”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

O programa atua em cinco eixos principais:


▪ Ampliação da oferta de mamografias de rastreamento;

▪ Expansão da cobertura para todas as microrregiões;

▪ Redução do tempo entre a solicitação e a biópsia;

▪ Fortalecimento da vigilância e do monitoramento dos casos;

▪ Agilidade na transição entre diagnóstico e início do tratamento.


Além disso, o Governo do Estado destinou R$ 77 milhões à aquisição de mamógrafos digitais para os municípios, beneficiando 62 instituições em 45 cidades.

Atualmente, Minas Gerais conta com 32 hospitais habilitados como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), quatro Centros de Assistência de Alta Complexidade (Cacon) e um hospital geral com cirurgia oncológica de alta complexidade.
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