31 de outubro, de 2025 | 08:45

Secretário de Estado avalia gargalos de mobilidade e trânsito do Vale do Aço

O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Pedro Bruno de Souza, esteve em Ipatinga nesta quinta-feira (30), onde participou da 7ª Conferência Metropolitana promovida pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA). O evento ocorreu no auditório da Fiemg Regional, no bairro Horto. Ele conversou com a reportagem do Diário do Aço e destacou como o governo estadual pretende contribuir para a melhoria desse setor no Vale do Aço.

Sobre o evento, o secretário destacou que esse é um momento importante para falar de um tema necessário, que é a mobilidade urbana, um grande desafio. “Poder reunir aqui especialistas para além das equipes do governo do Estado, sob a liderança aqui da Christie Garcia, nossa diretora geral da Agência do Vale do Aço, mas também contando com a participação de todos os municípios aqui da Região Metropolitana, do Colar Metropolitano, especialistas, equipes técnicas. Fiz questão de estar aqui presente. Eu digo que para a gente avançar com a mobilidade urbana tem que pensar em integração, em trabalhar a várias mãos, e é o que o evento aqui de hoje representa”, avalia.

Grandes verticais
Questionado sobre a mobilidade no Vale do Aço, o secretário apontou que é necessário destacar duas grandes verticais. Uma delas é melhorar a infraestrutura rodoviária. “Cito o exemplo aqui do contorno de Timóteo, um projeto que vale também destacar a construção coletiva e tem apoio de todas as prefeituras, capitaneadas também pela agência do Vale do Aço. A gente pôde publicar no final de setembro o edital, com a previsão de abertura de propostas em 24 de novembro. A gente espera correr para assinar o contrato, se possível ainda esse ano ou no iniciozinho do ano que vem, e poder avançar com o projeto e avançar também na execução dessa obra tão importante para a mobilidade urbana aqui do Vale do Aço”.

E o outro aspecto destacado é o transporte. “A gente promoveu a maior renovação da história do transporte metropolitano de Belo Horizonte ao longo desse ano, fruto de um acordo com as empresas do transporte metropolitano, com apoio dos órgãos de controle, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Estadual, um acordo que foi homologado no Tribunal de Justiça. Nós reunimos os órgãos de controle, o Poder Judiciário, o que permitiu a aquisição de 850 novos ônibus, apresentando a maior renovação da história do transporte”, salienta Pedro Bruno.

Ele acrescenta que avançar também com a melhoria do transporte, com ônibus novos, traz mais qualidade de vida, reduzindo os gargalos. “Porque o que a gente quer é deslocar com conforto e gastar o menor tempo possível para ir do ponto A ao ponto B. E aqui o que eu vejo de maneira muito otimista é o trabalho que vem sendo conduzido pela agência, com a participação também da Secretaria, que é o Comitê de Mobilidade que foi criado, porque não adianta cada município pensar o seu sistema de transporte se não tiver integração, se não tiver essa conversa coletiva”, frisa.

Sistema pouco eficiente
Na avaliação do secretário, o sistema não é tão eficiente porque não está integrado. “Então esse esforço de integração, embora às vezes dê mais trabalho integrar do que trabalhar de maneira individual, é extremamente necessário para poder avançar com essa pauta do transporte. Então, naturalmente aqui, que nós temos as cidades todas conurbadas, esse processo de construção conjunta é fundamental para, de fato, efetivar essa melhoria da mobilidade urbana”.

Ano eleitoral
Questionado sobre a influência das Eleições Gerais de 2026 em relação à obra do contorno viário de Timóteo, o secretário falou sobre a dificuldade em concluir intervenções como essa de forma rápida. “Não adianta a gente pensar que vai transformar a infraestrutura dentro de um ciclo de gestão, quatro anos é muito pouco para promover os avanços necessários, vou citar um exemplo que não é do governo do Estado, que é a Nova 381, a concessão aqui na região que já tem trazido melhoria. E há quanto tempo são aguardados os investimentos? Agora eles começaram, mas de fato os investimentos mais estruturantes virão ao longo dos próximos anos e isso é natural num empreendimento tão complexo, como é a infraestrutura rodoviária. Então a visão do governo do Estado é de avançar com as contas e deixar legado”, esclarece.

Pedro Bruno acrescenta que é muito importante - quando se pensa em infraestrutura e mobilidade -, não olhar somente o ano que vem, ou daqui a dois anos, mas pensar quais são os gargalos para daqui a 10 ou 20 anos. “E o Estado foi perdendo ao longo do tempo a sua capacidade de planejar a infraestrutura. E talvez muitos dos problemas que a gente tem hoje de mobilidade urbana foram por falta de planejamento e execução desses projetos”.

Secretário reconhece que trânsito da região necessita de intervenção

O secretário Pedro Bruno apresentou durante o evento um recorte de projetos que estão no radar para a região do Vale do Aço, a exemplo do contorno de Timóteo “que está na mais alta prioridade. E que a gente sabe da importância para, de um lado, melhorar a fluidez do transporte aqui na região, mas de outro também regular o tráfego. Porque hoje também a gente tem aqui, infelizmente, muitos acidentes. Eu vejo aqui a quantidade de caminhões pesados circulando o tempo todo dentro do tecido urbano das cidades. Separar o tráfego pesado do tráfego urbano vai reduzir acidentes, atropelamentos, vai reduzir fatalidades que infelizmente são constantes aqui na região. Então a gente está bastante atento a isso”, assegura.