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08 de novembro, de 2025 | 08:45

Maria e José são os nomes mais comuns entre os cidadãos da RMVA

Débora Anício/Arquivo DA
Nomes mais registrados na região são Maria e José; sobrenomes mais comuns são Silva, Oliveira e SouzaNomes mais registrados na região são Maria e José; sobrenomes mais comuns são Silva, Oliveira e Souza

Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço

A exemplo do restante do país, as quatro cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) têm, em sua maioria, Marias e Josés. Esses são os nomes mais comuns em Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Timóteo. Em relação aos sobrenomes, Silva permanece como o mais popular, seguido de Oliveira e Souza. O levantamento retrata a população brasileira em 1º de agosto de 2022, data base do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tabulação dos dados regionais foi feita pelo Observatório das Metropolizações Vale do Aço, sob coordenação do geógrafo William Passos.

Nas quatro cidades, os nomes Maria e José são os campeões: 29.413 e 12.418, respectivamente. Os Silva somam 69.713 cidadãos. Em Ipatinga e Timóteo, o segundo sobrenome mais comum é Oliveira: são 22.958; em Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso, os Souza chegam a 11.017. Num quadro geral, o Brasil é um país formado principalmente por Marias, Josés, Silvas e Santos. De cada cem brasileiros, seis são Marias. Elas somam 12,3 milhões de pessoas.

Análise
William Passos observa que essa foi a primeira vez que um censo demográfico contabilizou sobrenomes. O IBGE já chegou a registrar nomes mais frequentes no censo de 2010, mas a inclusão de sobrenomes foi a primeira vez. Um segundo detalhe a considerar é que a contagem dos nomes mais frequentes é pelo primeiro nome. Isso em razão da quantidade de nomes compostos, como por exemplo Carlos André, onde somente o Carlos é contabilizado.

E outro aspecto interessante é que o Brasil, Minas Gerais e municípios do Vale do Aço seguem o mesmo padrão: sobrenomes de origem portuguesa e nomes de origem bíblica. Muito em função da própria origem brasileira, portuguesa e católica.

“A gente tem outros nomes como Ana, João, Lucas - este aparece bastante-, entre outros. Mas na maioria das vezes são nomes de origem religiosa. Então isso é o que caracteriza a escolha dos nomes tradicionalmente, no Brasil, porque na maioria dos municípios brasileiros, com pouquíssimas exceções, os nomes mais dominantes são Maria e José, e isso vem de uma tradição, que vai sendo conservada de geração a geração, atravessando as transformações dentro da sociedade brasileira”, observa.

Permanência no ranking
O geógrafo acrescenta que, de vez em quando, aparecem algumas novidades, como, por exemplo, Enzo. Um nome bastante frequente que apareceu no Censo Demográfico de 2010 e que não está no ranking dos nomes mais frequentes dos municípios do Vale do Aço, também não é encontrado em outros municípios de Minas Gerais, mas existem ao longo das décadas nomes emergentes. O Censo Demográfico é feito uma vez a cada década. “Nomes emergentes no sentido de que eles aparecem, se tornam frequentes, mas depois vão embora, aí muitas vezes esses nomes voltam mais tarde e diminuem e outros nomes acabam substituindo como sendo novidade, aparecendo, mas em termos de permanência, quem consegue ficar, quem consegue permanecer, atravessar gerações e décadas, são mesmo esses nomes mais de origem religiosa”, avalia.

Sobrenomes populares e históricos

No caso dos sobrenomes é possível destacar a presença de Silva, Oliveira, Souza, Santos, Ferreira, Pereira - bastante populares. Todos eles de origem portuguesa, muitas vezes trazidos pelos primeiros portugueses que colonizaram o Brasil e bastante disseminados pela população, independentemente de o município ser mais antigo ou mais recente.

“A gente não vê muita alteração nesse padrão, quando compara, por exemplo, os municípios do Vale do Aço, que é uma região mais recente, de formação do século XX, com as cidades históricas de Minas Gerais, que remontam ao século XVII, XVIII. Então a presença de nomes e a presença de sobrenomes mais frequentes, tanto nas cidades históricas de Minas Gerais quanto nas cidades mais novas, se assemelha muito”, salienta.

William lembra que apesar de toda a diversidade que existe dentro do território brasileiro, um país de dimensões continentais, um dos maiores do planeta, com 5.571 municípios, há uma grande semelhança entre os nomes e sobrenomes mais frequentes, a ponto de ser possível encontrar um padrão.

“O que a gente encontra no Vale do Aço não é muito diferente do que a gente encontra no restante de Minas Gerais, que, por sua vez, também não é muito diferente do que a gente encontra no Brasil”, conclui.

Veja nas tabelas abaixo:



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