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10 de novembro, de 2025 | 05:00

Carrasco azul

Fernando Rocha


O futebol a todo momento nos mostra exemplos claros de volta por cima, como a lei do ex, exemplos de superação, que são uma espécie de imitação da vida.

No último domingo, com quase 60 mil cruzeirenses, o Mineirão assistiu a um ídolo da torcida celeste, o goleiro Fábio, realizar uma série de defesas excepcionais com a camisa do adversário, para se transformar no “carrasco” do ex-time, impedindo a comemoração de mais uma vitória azul.

A partida terminou empatada sem gols graças à sua atuação, no auge da carreira, defendendo o Fluminense, aos 45 anos de idade, indiscutivelmente o melhor jogador em campo.

Com este empate, a briga pelo título com Palmeiras e Flamengo ficou quase perdida, mas a Raposa está cada vez mais perto de atingir sua meta, que é garantir matematicamente a vaga direta à fase de grupos da Libertadores/2026.

Risco desnecessário
O ex-jogador e ex-técnico Jair Pereira, que conquistou muitos títulos à frente de grandes clubes nacionais nas décadas de 1970 até meados dos anos 1990, costumava dizer que “no futebol o certo é o que dá certo”.
Parece óbvia esta realidade do futebol, por causa da cultura resultadista que impera não só no futebol brasileiro, mas em quase todo lugar.

O técnico do Atlético, Jorge Sampaoli, errou ao escalar um time misto, com apenas 4 titulares, para iniciar a partida contra o lanterna e rebaixado Sport, no último sábado.

Correu um risco desnecessário e quase perde para um time que já não aspira mais nada, a não ser que o campeonato termine logo, para por fim ao vexame da sua campanha ridícula.

Perdia de 2 x 0 no segundo tempo, quando Sampaoli acionou os principais titulares e, em 15 minutos de bom futebol, o Galo virou o placar para 4 x 2 como se estivesse tomando picolé da mão de criança.

Neste caso “deu certo”, Sampaoli foi endeusado pela torcida e a imprensa alvinegra, pois o Atlético com a vitória terá tranquilidade para concentrar as atenções na grande final da Copa Sul-Americana, contra o Lanús, no próximo dia 22.

FIM DE PAPO
Graças também aos tropeços de concorrentes diretos na 33ª rodada, se vencer o Fortaleza, amanhã, na Arena MRV, jogo atrasado da 16ª rodada, o Atlético vai atingir 46 pontos e ultrapassar o São Paulo na classificação, assumindo o 8º lugar, distante 5 pontos do 7º, o Fluminense, último da zona de classificação para a Libertadores. Caso Cruzeiro ou Fluminense conquistem a Copa do Brasil, o G7 vira G8 e o Galo estaria na Libertadores do próximo ano independentemente do resultado da final na Sul-Americana.

Levando em conta a briga pelo título, o empate com o Fluminense foi ruim para o Cruzeiro, já que o campeonato está em sua reta final e há cada vez menos rodadas para reverter a distância de 4 pontos para Palmeiras e Flamengo, que ainda têm um jogo a menos para cumprir. No entanto, graças ao empate do Botafogo contra o Vitória, a Raposa agora só precisa de mais 4 pontos para chegar aos 68 e alcançar a meta traçada no início da temporada, que é acessar a fase de grupos da Libertadores/2026.

Fábio fez defesas difíceis e importantes, como em uma cabeçada de Kaiki, que foi na trave duas vezes, quase entrando. Outra defesa incrível do veterano ex-goleiro da Raposa foi na finalização, quase à queima-roupa, de Matheus Pereira próximo da marca do pênalti, para não falar do chute de Kaiki de fora da área, que tinha o ângulo como endereço.

Antes de contratar Cássio, o dono do Cruzeiro, Pedro Lourenço, que tem uma boa relação com Fábio, tentou seu retorno ao clube, sendo o jogador que mais vestiu a camisa celeste. O goleiro recusou o convite, sob a alegação de que tinha sido muito bem acolhido no Fluminense e não pretendia deixar o Tricolor carioca. Fábio já disputou 1.400 partidas e se tornou o jogador profissional com mais atuações na história do futebol mundial. Até agora, foram 30 partidas pelo União Bandeirante do Paraná, 150 pelo Vasco, 976 pelo Cruzeiro e 244 pelo Fluminense. (Fecha o pano!)
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