20 de novembro, de 2025 | 08:40
''Não vamos acabar com o racismo se a luta for só dos negros'', afirma educadora
Nesta quinta-feira (20), celebra-se o Dia da Consciência Negra. Trata-se de uma data histórica em que o movimento negro relembra o martírio de Zumbi dos Palmares, e se recorda de todos seus antepassados que lutaram pelo desenvolvimento do país.
A professora da rede pública e integrante do Movimento Negro Organizado do Vale do Aço, Reny Batista, afirma em entrevista ao Diário do Aço que a data é importante para uma reflexão acerca de avanços e lutas.
Na Rede Educafro Minas, Reny é professora de Negritude, Cultura e Cidadania, e no Núcleo Atitude, em Ipatinga, atua como coordenadora.
Essa data é superimportante para lembrarmos que para termos tudo que temos hoje, como a liberdade, poder falar e se expressar, muitos tiveram que morrer. Falar do povo negro é fazer a memória do nosso país. Antes, o povo negro produzia, mas não tinha direito à produção. Isso causou sensação de estranheza quando percebemos que um negro se sobressai em alguns aspectos”, afirmou Reny.
A educadora também ressaltou que é preciso lutar para que as leis necessárias sejam efetivamente colocadas em prática. É necessário que a sociedade compreenda que não vamos acabar com o racismo se a luta for só dos negros. Os brancos precisam entrar nessa, e entender que a cor da pele já os favorece”, enfatizou.
A professora enfatiza que, no Vale do Aço, é por meio de artistas que a história do povo negro é colocada em visibilidade. Nós tivemos o Congado. E um filme feito por um cineasta para contar a história negra, bem didático, para entender a história do racismo nas escolas. Em breve, faremos um inventário de 20 personalidades negras da região, tentaremos fazer até o ano que vem junto a Educafro”, acrescentou.
O professor de Sociologia e Filosofia, Mattheus Vinícius Rosa, destacou que as principais demandas vistas atualmente têm relação com o enfrentamento da violência estatal e da letalidade policial contra a juventude negra e encarceramento. Além da superação da desigualdade educacional com políticas de permanência, acesso ao ensino superior, enfrentamento ao racismo escolar, acesso ao trabalho digno com o combate à informalidade forçada, a discriminação racial no mercado de trabalho, e a proteção das expressões culturais negras”.
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Democratização
O cientista social e mestre em Cultura e Sociedade também reforçou que os avanços reais ocorrem quando organizações como a Educafro, que atua em âmbito municipal, age diretamente na democratização do acesso ao ensino superior, construindo trajetórias acadêmicas para jovens negros de baixa renda. Ainda há os terreiros, espaços sagrados de religiosidade. Muitos ainda enfrentam dificuldades, mas ainda assim, é um espaço de resistência. Um lugar que também é marcado por música, dança e consciência política”, complementou.
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Gildázio Garcia Vitor
20 de novembro, 2025 | 09:05A Educafro., que chegou à Ipatinga pelas mãos da minha grande Amiga Professora-Historiadora Marilene Tuler, em 2009, da qual faço parte desse o início, apesar do meu Ateísmo, já colocou Muía gente já graduação, inclusive nas nossas maravilhosas e concorrídissimas Federais.
Parabéns à Companheira Reny que tem, com muita garra, mantido o sonho da "utopia do possível" em movimento. Afinal quem fica parado é poste.”