21 de novembro, de 2025 | 08:45

Secretário de saúde reforça importância da vacina contra vírus respiratórios

Por Matheus Valadares - Reporte Diário do Aço

Até o dia 17 de novembro, Ipatinga registrou 404 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 12 óbitos neste ano. Em todo o ano de 2024, foram 400 hospitalizações e 9 mortes, o que representa aumento de 1% e 33,33%, respectivamente, faltando ainda aproximadamente 40 dias para fechar 2025. Os dados constam no painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

O cenário de notificações de casos e internações após o período sazonal no outono e inverno fez a administração municipal, por meio de decreto, prorrogar por até 90 dias a situação de emergência em saúde pública para fins de prevenção e enfrentamento da SRAG, conforme já noticiado pelo Diário do Aço.

“Os idosos que internam e evoluem para óbito geralmente não estão vacinados pela influenza. Nós temos que convencê-los a vacinar todos os anos”, afirmou Fábio Baccheretti, secretário de saúde de Minas Gerais, em entrevista no dia 14/11, quando o governador Romeu Zema (Novo) anunciou em Ipatinga o Plano Estadual de Ação em Saúde do Acordo de Reparação do Rio Doce. Dos 12 mortos, 7 têm mais de 60 anos.

“Nós precisamos convencer a população a estar vacinado, precisamos manter esses leitos abertos para que a gente consiga atuar melhor, mas não tenho dúvida nenhuma que o próximo ano será o melhor para nós no combate às doenças do que no ano de 2025, assim como foi 24, 23, que a cada ano a gente está melhorando a saúde aqui da região”, reforçou Baccheretti.

Diagnóstico
Durante a entrevista, o secretário explicou que houve uma mudança de cultura entre as gerações, e que é necessário recuperar a tradição brasileira de vacinação.

“Nós temos que entender que a vacinação - o sucesso dela em acabar com doenças como sarampo, poliomielite -, fez com que a população, especialmente os jovens, adultos que não viveram isso, esquecem que eles só estão vivendo num mundo sem poliomielite, sem sarampo, porque os pais dele o vacinaram. Nós temos que convencer essa nova geração que nós não podemos dar um passo para trás”, analisou Bacchereti.

Diante disso, ele explicou as estratégias do governo estadual para ampliar a aplicação das doses e bater as metas estabelecidas.

“Nós estamos hoje com a vacinação já próxima de 2014, 2013, ou seja, já melhoramos muito, mas nós temos a meta de 90 a 95%. Já batemos a meta em quase todas as vacinas, mas nós vamos conseguir convencer com vacimóveis que rodam o estado inteiro, com recurso que a gente dá aos municípios por premiação em bater meta, dessa maneira nós vamos conseguir ter a nossa população protegida”, projetou.

Nova vacina
O secretário de Saúde relembrou também que nos próximos anos um novo imunizante contra um dos vírus respiratórios deve ser disponibilizado via Sistema Único de Saúde (SUS). “É muito importante dizer que a maior parte das internações se dá por um vírus chamado vírus sincicial respiratório, que ainda não tem vacina, mas a partir do próximo ano teremos para gestantes. Então uma expectativa nossa daqui a dois anos é que a gente tenha menos internações de um vírus que não tem vacina ainda no SUS, mas que vai ser incorporada nos próximos meses. Isso é um ponto importante. Mas temos outros vírus, como a covid, que é importante, que é o vírus que mais mata ainda”, frisou.

Estrutura
O Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM), em Ipatinga, inaugurou oito leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica no ano passado, justamente para ampliar a resposta em internações por SRAG. Os leitos são destinados ao atendimento de crianças que apresentem quadros graves de doenças respiratórias.

“Os leitos de UTI não serão mais sazonais aqui em Ipatinga. Nós vamos custeá-lo de forma perene. Vamos lembrar que em [Governador] Valadares, aqui perto, há 4 anos não tinha nenhum leito de UTI pediátrica. Hoje nós temos 20. Aqui também em Ipatinga está aumentando. Então essas estruturações que fazem parte também de todo esse processo que foi anunciado aqui hoje, vai fazer a diferença”, garantiu Bacchereti.

Vírus respiratórios
Entrevistada pelo Diário do Aço em outubro, Carmelinda Lobato, médica infectologista, explicou que a SRAG “é caracterizada principalmente por uma falta de ar muito grande”, geralmente causada por influenza, covid-19, entre outros vírus respiratórios.

“Aquela pessoa que tem sintomas gripais, principalmente relacionados aos vírus respiratórios, e de repente, começa a ter uma falta de ar muito importante, uma baixa saturação de oxigênio, deve procurar imediatamente uma unidade de emergência para ser atendida”, ressaltou.