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07 de dezembro, de 2025 | 06:00

Vexame total

Fernando Rocha

Apesar de ter ainda chances matemáticas, o Atlético escapou da queda à 2ª divisão diante da campanha medíocre no Campeonato Brasileiro 2025, muito abaixo do esperado para quem possui a terceira maior folha salarial do nosso futebol e é top dez no continente.

O argumento dos donos do clube para contrapor às críticas feitas à sua gestão ressalta o fato do time alvinegro ter chegado a três finais de torneios importantes nos últimos dois anos: a Copa do Brasil e a Libertadores em 2024, além da Copa Sul-Americana neste ano.

Faz sentido, mas é óbvio que há algo de muito errado internamente a ser corrigido, pois além de não ter conquistado nenhum desses títulos citados, o Atlético também flertou por dois anos seguidos com o rebaixamento.

O que a torcida alvinegra espera é que aconteça uma reformulação não só do elenco, que se acha envelhecido, defasado, desequilibrado, mas, principalmente, nos postos de comando do departamento de futebol que são responsáveis por planejar, contratar e gerir o clube.

Último ato
O Cruzeiro fecha a sua participação no Campeonato Brasileiro contra o Santos, hoje, na Vila Belmiro, com a torcida satisfeita devido à boa campanha do time, que lhe garantiu um terceiro lugar e vaga na fase de grupos da Copa Libertadores/2026, meta estabelecida e cumprida pela comissão técnica e diretoria no início da temporada.

O time celeste, comandado pelo técnico português, Leonardo Jardim, ainda pode levantar uma taça até o fim deste ano, caso vença a Copa do Brasil – onde é o maior vencedor com seis conquistas - nos confrontos que fará contra o Corinthians, pela semifinal, a partir desta próxima quarta-feira, no Mineirão.

Por já ter alcançado os seus objetivos no Campeonato Brasileiro, o técnico Jardim deve escalar um time quase todo reserva diante do Santos, que, por sua vez, fará o jogo da vida no sentido de escapar de mais um rebaixamento.

FIM DE PAPO

Uma preocupação do torcedor cruzeirense, que será respondida até o fim deste ano, é sobre a permanência ou não do treinador Leonardo Jardim, responsável direto por devolver o protagonismo à Raposa no cenário nacional. Quando questionado nas entrevistas, Jardim tem se esquivado e não crava a sua permanência, dúvida que é reforçada pelas recentes críticas feitas por ele à estrutura do futebol brasileiro. Em seu currículo não constam trabalhos de longa duração na carreira, mas a recente promoção de seu pupilo, o também português Joaquim Pinto, ex-diretor de scouting, para o cargo de executivo de futebol, dá uma pista otimista quanto à sua permanência no Cruzeiro para a próxima temporada.

O Atlético, 13º colocado com 45 pontos, não será rebaixado mesmo se perder para o Vasco da Gama, hoje, na Arena MRV. Para haver o rebaixamento, Santos, Ceará, Fortaleza e Vitória teriam de vencer os seus jogos, mas o que torna a situação do Galo tranquila é a situação do Vitória, que teria de tirar uma diferença de 12 gols de saldo que o Galo tem a mais. A vitória, se vier, contra o cruzmaltino garante o clube na Sul-Americana do próximo ano. Por outro lado, se tropeçar pode se contentar apenas com a disputa da recém-criada Copa Sul-Sudeste, que vai abrigar os times em 14º, 15º e 16º lugares no Campeonato Brasileiro.

Após a perda do título da Copa Sul-Americana para o pequeno Lanús, clube de bairro da Argentina, a direção da SAF do Galo reagiu do modo mais arrogante possível diante dos protestos da torcida, que expôs faixas por toda a capital com críticas à administração, inclusive em frente à sede do clube. Após outra atuação pífia na derrota de 3 x 0 para o Palmeiras, na última quarta-feira, na Arena MRV, Rafael Menin, um dos principais investidores e gestor da SAF, mudou o tom e reconheceu as falhas em sua conta pessoal no “X”, antigo Twitter: "Vexame completo! Deu tudo errado neste ano, a Massa merece muito mais. Trabalhar mais e muito melhor em 2026", escreveu Menin.

Deveria ter acrescentado, também, um pedido de desculpas à torcida alvinegra, que desde 2021 sofre com péssimos resultados do time e decisões equivocadas da diretoria a cada temporada. Além disso, foram feitas inúmeras promessas, e nada do que foi dito pelos atuais donos do Galo foi cumprido. “Pedir desculpas faz parte dos direitos humanos", já dizia o ex-governador Leonel Brizola, em 1987. (Fecha o pano!)

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