14 de dezembro, de 2025 | 06:00
Em aberto
Fernando Rocha
O técnico Leonardo Jardim deu a letra na coletiva pós-jogo, depois da derrota por 1 x 0 para o Corinthians, no Mineirão. Estamos apenas no intervalo”, disse o comandante do Cruzeiro.Os jogadores e a comissão técnica tiveram tempo suficiente para refletir sobre os erros cometidos e corrigi-los, a fim de que hoje, em Itaquera, tenham outra postura em campo e obtenham uma virada histórica e a classificação à final da Copa do Brasil.
É difícil, mas não impossível alcançar este objetivo, sobretudo, porque o atual time do Cruzeiro já demonstrou ao longo desta temporada ter força suficiente para isso.
Pacote completo
O Corinthians, que no mesmo Mineirão a cerca de vinte dias atrás havia levado um sacode” de 3 x 0 da Raposa, foi outro time, completamente diferente, na última quarta-feira.
A equipe paulista surpreendeu a todos ao apresentar um estilo de atuar que misturou competência e um amplo repertório, que incluiu o antijogo usado para esfriar e controlar a partida do seu jeito.
No primeiro tempo, por exemplo, contando com a complacência do péssimo árbitro Anderson Daronco, o Timão” deu uma aula simultânea de como atuar em mata-mata, ao praticar uma combinação que variou entre jogar e não deixar o adversário jogar.
Qualquer contato rendia um jogador do Corinthians caído no chão, situação que alguns dos principais jogadores do Cruzeiro, como Fabrício Bruno, Matheus Pereira e Kaio Jorge, não conseguiram superar.
Se quiser obter hoje uma virada histórica e a classificação para ir à final, o Cruzeiro terá de recuperar a sua intensidade, ser mais eficiente, frio, maduro para lidar com uma possível repetição desse tipo de comportamento visto no Mineirão por parte da equipe corintiana.
FIM DE PAPO
Décimo terceiro colocado no Campeonato Brasileiro e envolvido numa enorme crise política interna, além de financeira, o Corinthians se agarra na possibilidade de conquistar a Copa do Brasil para terminar bem o ano, e celebrar também uma volta à Copa Libertadores. Por isso, para os corintianos que não entraram como favoritos nessa disputa com o Cruzeiro, a vantagem obtida no Mineirão teve um sabor especial.
Considerado o pior time dos quatro semifinalistas da Copa do Brasil, o Vasco da Gama dirigido por Fernando Diniz surpreendeu ao derrotar o favorito Fluminense, de virada, por 2 x 1, tendo agora a vantagem do empate para ir à final. O artilheiro Veghetti, que entrou no segundo tempo, fez o gol da vitória nos acréscimos da partida. No domingo passado, o argentino teve um surto de raiva, fúria, frustração e tristeza, ao ser substituído no primeiro tempo da goleada de 5 x 0 sofrida para o Galo, na Arena MRV. Cinco dias depois, no Maracanã lotado, ele se tornou o herói cruzmaltino e, ao contrário, explodiu de alegria, alívio, marcando o gol que poderá levar o Vasco à final Copa do Brasil. A bola é um reles, um ínfimo, um ridículo detalhe. O que procuramos no futebol é o drama, a tragédia, o horror e a compaixão”. (Nelson Rodrigues)
Mesmo com o título conquistado pelo Flamengo com algumas rodadas de antecedência, o Brasileirão teve emoções fortes até a última rodada, envolvendo a disputa por vaga em copas continentais e na luta contra o rebaixamento à segunda divisão. É impossível olhar para o que aconteceu no último dia 7 e não reconhecer a grandeza da fórmula de pontos corridos. Desde 2003, o Campeonato Brasileiro encontrou um modelo que premia a regularidade, o mérito esportivo, e, acima de tudo, entrega emoção até o último segundo.
A crítica antiga de que esse formato não teria drama cai por terra ano após ano, e a rodada final foi mais uma prova de que não existe calmaria, mas, sim, um grande drama quando se chega ao capítulo final na 38ª rodada. O sistema de pontos corridos oferece outro tipo de emoção, aquela construída no acúmulo de jornadas, na oscilação de fases, nos detalhes que se somam até explodirem em um final eletrizante, como se viu na última rodada. Em um país apaixonado por futebol, os pontos corridos seguem como a forma mais justa, completa e vibrante de decidir o campeão. (Fecha o pano!)
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