15 de dezembro, de 2025 | 17:40

Manifestação em Marliéria cobra retomada das obras da Estrada Parque Bispo Dom Helvécio

A Brigada Voluntária de Marliéria promoveu, no fim de semana, uma manifestação em defesa da retomada das obras da Estrada Parque Bispo Dom Helvécio, ligação entre a sede do município de Marliéria e o Parque Estadual do Rio Doce (Perd). A via tem aproximadamente 15 quilômetros entre a sede do município e a portaria do Parque Estadual do Rio Doce.

A mobilização teve início na Praça JK, no centro de Marliéria, onde ocorreu a concentração inicial. Em seguida, os participantes se deslocaram até o Mirante do Pico do Jacroá, em caminhada, bicicleta e outros meios, em um ato simbólico que reforçou o uso coletivo da estrada e a necessidade urgente de sua conclusão. No Mirante, foi servido um Café Comunitário, marcado pela partilha de alimentos e pelo fortalecimento dos laços comunitários.

Durante o ato, foi apresentada e debatida a tramitação, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), do Projeto de Lei que institui as Estradas-Parques em Minas Gerais. Os participantes destacaram que a população do Vale do Rio Doce aguarda a aprovação da proposta, entendida como passo fundamental para o reconhecimento oficial da Estrada-Parque Bispo Dom Helvécio, em razão de seu valor histórico, ambiental, turístico e social.

A manifestação reuniu cidadãos marlierenses, estudantes, professoras e a vice-diretora do Colégio Estadual Liberato de Castro, além de visitantes, produtores rurais, sitiantes e ciclistas de Marliéria. Também participaram os grupos de trekking Partiu Trilhas, de Coronel Fabriciano, e Pé na Estrada, de Timóteo, somando-se a Caminhantes de Ipatinga, além de empreendedores da Rota dos Tropeiros Cicloturismo.

Estiveram presentes representantes da Somacultural, da Associação Amigos do PERD, da Associação Feminina Marlierense, da Diretoria do Sindicato de Produtores Rurais, da ASAS-Associação Ambientalista Samambaia, membros da Rede Colaborativa do Rio Doce, além do João, funcionário do Perd, do Vereador Dé Bombeiro e do Padre William.


O deputado estadual Celinho Sintrocel participou da manifestação e explicou que acompanha, de forma permanente, o assunto e que há uma expectativa de que o DER-MG publique um novo edital de licitação das obras no mês de janeiro de 2026, uma vez que existem recursos assegurados, oriundos da indenização pelo rompimento da barragem da Mina da Samarco, Vale e BHP Billiton, em Mariana.

Também foram registrados manifestos públicos de apoio de outros deputados, estaduais e federais, além de veradores.

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Encaminhamentos definidos
Na mobilização, ficou acordada a criação de uma Comissão Permanente, composta por representantes da comunidade e de entidades locais e regionais, com o objetivo de dialogar com as autoridades estaduais e acompanhar de forma contínua a publicação do novo edital de licitação e a retomada das obras.

Na próxima semana, a comissão deverá buscar reunião com o Diretor do DER-MG, solicitando celeridade na contratação de nova empresa, considerando que a empresa anteriormente contratada abandonou a obra ainda no ano de 2024.

Ao longo do deslocamento entre a Praça JK e o Mirante, foram realizados registros fotográficos e audiovisuais, evidenciando a precariedade da estrada, a deterioração de serviços já executados com dinheiro público, agravada pela ação da chuva e do tráfego local, além do aumento da insegurança causada por erosões, deslizamentos de barrancos e instabilidade do solo.

Importância

A Estrada-Parque Bispo Dom Helvécio é utilizada diariamente por estudantes, trabalhadores, produtores rurais, empresários, entregadores, ciclistas e visitantes, sendo considerada estratégica para a mobilidade, o desenvolvimento econômico, o turismo sustentável e o acesso ao Parque Estadual do Rio Doce.

A obra foi iniciada em 2009 e desde então teve pavimentados aproximadamente 5 quilômetros nas imediações do povoado de Santa Rita. A parte da estrada nos dois lados da Serrado Jacroá permanece à espera de obras de contenção para ser pavimentada.

O projeto é marcado por seguidas interrupções de contratos com as empresas que concorrem à licitação. A última empresa abandonou o canteiro de obras depois que um engenheiro morreu em um ataque de abelhas.

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