14 de abril, de 2022 | 14:05
Linha dura contra importadoras do varejo
Gabriele Couto *
As importadoras internacionais estão na mira do Governo Federal. O Ministério da Economia prepara uma medida provisória que promete fechar o cerco contra empresas que realizam importações de produtos estrangeiros. Esses produtos chegam ao Brasil fazendo forte concorrência ao mercado varejista nacional.A ideia é que a medida governamental derrube esse limite sem impostos e comece a tributar as plataformas de e-commerce no ato da compra, e não quando eventualmente cai na mão da Receita Federal, como acontece atualmente.
É claro que há um forte lobby nessa decisão. Empresários bastante envolvidos com o presidente Jair Bolsonaro, como Luciano Hang, dono da rede Havan, talvez o nome mais emblemático hoje em favor do dirigente, não escondem a insatisfação diante da concorrência.
Antes de tudo, porque esse mercado é abastecido por produtos em sua maioria oriundos da China, onde o sistema produtivo é mais barato ao contrário do que as empresas como Americanas, Casas Bahia, Netshoes, Ponto e Magalu, enfrentam por conta das altas tarifas fiscais no país. Não por acaso, a venda de produtos estrangeiros para pessoas físicas no Brasil, burlando as cobranças de impostos, configura-se o que alguns representantes do setor já vêm chamando de contrabando digital.
A mobilização pela edição de uma MP tem sido forte, com entidades representativas também dando apoio público ao documento. São os casos da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e até mesmo o Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP). Os vilões, na visão dessas entidades, são organizações como a Amazon, a Shopee e a Aliexpress, para ficar somente entre os mais conhecidos.
A ideia é que a medida governamental
derrube esse limite sem impostos e
comece a tributar as plataformas de e-commerce”
Mas a medida provisória, quando sair, deve gerar um impacto além dessas fontes. Há um mercado em consolidação no país envolvendo micro, pequenas e até médias empresas que encontraram refúgio econômico em sites de e-commerce ancorados nessas plataformas. Trata-se do chamado dropshipping, modalidade de negócio em que o usuário monta o próprio site de vendas de produtos, utilizando-se dessas grandes empresas como fornecedores e explorando sua logística para fazer a entrega.
No Brasil, a Magalu e a Americanas, por exemplo, oferecem possibilidades de um vendedor montar um e-commerce próprio dentro de suas plataformas. A ideia da iniciativa é ampliar a teia de fornecedores. No caso do suporte feito dentro da Aliexpress ou da Shopee, ocorre o contrário, cresce uma rede com mais vendedores, não sujeitos a tributações.
Por isso mesmo, não há um número exato de faturamento com dropshipping no Brasil. Mas o e-commerce, de modo amplo, é um mercado que promete seguir em franco crescimento. Em 2021, segundo levantamento da Neotrust, empresa que monitora 85% do comércio digital no país, houve uma alavancagem de 27% no setor em comparação com o ano anterior, garantindo um faturamento de R$ 161 bilhões, graças às suas 353 milhões de entregas.
Como não sabemos exatamente quantos desses tiram seus produtos do mercado de importados é difícil precisar qual será o tamanho do impacto no mercado, no entanto fica evidente que os consumidores serão os maiores prejudicados diante da medida. Isso porque perderão poder de escolha do melhor produto ao melhor preço.
Além disso, vale ressaltar que mesmo que a MP de maneira corporativista possa trazer um certo alívio para o varejo brasileiro não é o procedimento mais adequado. Isso porque concorrência pode gerar um incentivo para uma reavaliação da parte tributária e burocracia legislativa que geram ineficiência na cadeia produtiva no país e criam barreiras para a entrada de novas empresas.
* Economista e assessora de investimentos da Atrio Investimentos - [email protected]
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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Marco
09 de maio, 2022 | 15:56Quando os empresários brasileiros vão acordar e se unir para acabar com essa FARRA BRSILEIRA DA TRIBUTAÇÃO ???
O Brasil é o segundo país que MAIS COBRA IMPOSTOS das empresas, com uma carga tributária de 34%.
Segundo um levantamento sobre carga tributária em diferentes países, com base em dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) referentes a 2021.
Outro estudo mostra que entre os 30 países com a maior carga tributária, o Brasil apresenta o pior desempenho em retorno de serviços públicos à população.”
Marco
09 de maio, 2022 | 15:44Que tal REDUZIR A TRIBUTAÇÃO interna para deixar as empresas brasileiras mais COMPETITIVAS ???
O Brasil é o país mais difícil do mundo para se abrir e manter um negócio, e ninguém fala sobre isso.
Quem sustenta o país NÃO é havan, magazine luiza nem amazon... Quem sustensa esse país são as pequenas e médias e uma porção pequena de pessoas desempregada, tornam-se empreendedores e se viram ganhando dinheiro com a internet. Basta ver os número do SEBRAE.
Gostaria muito de ver a redução interna, pois dinheiro tem!
5 BILHÕES para farra de santinhos para sujar as ruas...”
Bessa
19 de abril, 2022 | 08:53se essa medida provisoria sair nuca mais irei votar no bolsonaro!!! eu minha familia de certeza e ainda vou convencer os amigos!!!! olha.. eu entendo que é um problema que tem que ser atacado sim mas nao agora... saimos de uma pandemia , olhem o preço dos combustiveis, gaz etc... essa nao é a hora!!! quero dizer, é hora para os caras tipo o homem da havan que tem a ultima oportunidade para conseguir reverter a favor dele porque a partir de outubro é Lula.”
Tião Aranha
14 de abril, 2022 | 15:29A corda estoura sempre pro lado mais fraco, neste caso o microempresário. Hoje em dia a pessoa encomenda até modelo de móveis pela internet. O grande empresário sempre sonega, contanto que tenha um técnico das ciências contábeis ao seu lado. Risos.”