27 de janeiro, de 2023 | 19:00
Hospital montado para atender povo yanomami começa a funcionar
Profissionais da Aeronáutica começaram a atender nesta sexta-feira em Boa Vista
Alex Rodrigues - Repórter da Agência BrasilO hospital de campanha que a Força Aérea Brasileira (FAB) montou em Boa Vista (RR) começou a funcionar na manhã desta sexta-feira (27), quando os profissionais de saúde da própria Aeronáutica iniciaram os atendimentos a indígenas transferidos da Reserva Yanomami.
Trinta militares médicos, de diferentes especialidades, como clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, pediatria, radiologia, ginecologia, patologia, além de farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem foram destacados para atender os pacientes cujo estado de saúde exigia que fossem levados à capital do estado, distante cerca de duas horas de voo do território indígena.
Segundo a FAB, o hospital de campanha dispõe de laboratórios e ambulatórios para a realização de atendimentos emergenciais, consultas, exames e ultrassonografias e contribuirá para ampliar a capacidade de atendimento da Casa de Saúde Indígena (Casai) em cujo terreno a estrutura temporária está montada.
De acordo com o Ministério da Saúde, 576 yanomami estavam internados na Casai esta manhã. Há cinco dias, o número de pacientes chegava a 777. Para servidores da pasta, a redução dos últimos dias já é resultado da primeira semana de intervenção federal na crise sanitária e humanitária enfrentada pelos yanomami, que viram o número de casos de malária e de desnutrição de adultos e crianças explodir nos últimos anos.
Na semana passada, o ministério declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Y), responsável por coordenar as ações a serem implementadas pelo Poder Público, incluindo a distribuição de recursos para o restabelecimento dos serviços e a articulação com os gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS). Na última terça-feira (24), profissionais da Força Nacional do SUS começaram a reforçar o atendimento na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista (RR).
De acordo com o Ministério da Saúde, só na quarta-feira, as equipes da Força Nacional do SUS atenderam a 148 pacientes, sendo 77 homens e 71 mulheres, todos adultos. As principais queixas são quadros de diarreia, pneumonia, suspeitas de tuberculose quadros sérios, agravados pelo alto grau de desnutrição que técnicos do ministério diagnosticaram ao visitar a terra indígena e a unidade de saúde indígena de Boa Vista, nas últimas semanas.
De acordo com a FAB, um segundo hospital de campanha já está sendo montado no Surucucu, um dos polos base da Terra Indígena Yanomami, e apenas os pacientes em estado grave estão sendo levados a Boa Vista.
Política indígena regressou ao modelo do século XVI
No governo anterior, a política de atendimento aos indígenas ficou a cargo do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves. Há denúncias, segundo as quais, a política no governo anterior limitou-se a financiar missõs para evangelizar os povos originários, sem se importar com a saúde, alimentação e segurança, uma vez que houve também crescimento desordenado do garimpo ilegal nas áreas habitadas pelos nativos.
Em novembro de 2020 a situação foidenunciada pela revista Repórter Brasil. "Nesse governo a política de atendimento aos indíginas apenas repetiu o que os portugueses e espanhois fizeram nos primórdios: invadir aldeias para catequizar os indíngenas", cita um biólogo que acompanha o caso dos Yanomamis.
A ex-ministra defendeu-se e afirmou que a política indigenista era executada” em três pastas: Educação, Saúde e Justiça”. Senadora eleita, Damares afrimou que cabia a seu ministério receber denúncias de violações de direitos dos indígenas e encaminhá-las às autoridades responsáveis”.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Hugo Márcio Del Bonne
28 de janeiro, 2023 | 14:08? uma guerra contra o tráfico Ouro drogas e corrupção dos índios.
Difícil mas tem que resolvermos.”