18 de fevereiro, de 2023 | 07:02

''Roni'' Bramusse é executado a tiros em Coronel Fabriciano

Homem já havia sido condenado pelo estupro e morte de uma prima em 1998 e também por matar uma travesti no motel em 2010

Ronney de Oliveira Bramusse, de 45 anos, foi morto com diversos disparos de pistola calibre 9 milímetros no início da noite de sexta-feira (17). O crime ocorreu na rua Vereador Jonas Soares Camargo, no bairro Surinan, em Coronel Fabriciano. Ronney ficou conhecido no Vale do Aço por dois homicídios brutais, o primeiro da própria prima depois de estuprá-la e o segundo assassinato foi de uma travesti em um motel de Fabriciano.

Policiais militares receberam informações, via 190, sobre um indivíduo baleado por volta das 19h, que estaria caído em via pública nas proximidades da Igreja Assembleia de Deus. Uma equipe se deslocou para confirmar o fato. No local havia uma aglomeração de pessoas ao redor da vítima caída. O homem apresentava perfurações de tiros pelo corpo e sangrava muito.

Uma equipe do SAMU foi acionada e realizou os procedimentos de urgência na vítima. O baleado foi socorrido com sinais vitais ao Hospital Dr. José Maria de Morais, mas não resistiu e deu entrada em óbito na unidade hospitalar, como confirmou um médico plantonista. Havia marcas de tiros no rosto, tórax e abdômen.

O local foi isolado pela Polícia Militar para o trabalho da perícia da Polícia Civil. O perito recolheu na cena do crime nove cartuchos de calibre nove milímetros, três projéteis e ainda um telefone celular, que seria da vítima. Os objetos pessoais de Ronney foram entregues para uma pessoa da família dele.

Os policiais tentaram identificar alguma testemunha do assassinato, mas por enquanto sem sucesso. Os moradores alegam que só ouviram os disparos de arma de fogo. Até o momento, a Polícia Militar ainda sem pistas da autoria e motivação do assassinato.

Vida marcada por dois homicídios de repercussão no Vale do Aço
Ronney ou “Roni”, como era conhecido, teve uma vida marcada por dois homicídios violentos. O primeiro, de grande repercussão no Vale do Aço, como acompanhou o Diário do Aço, foi da própria prima, a modelo Leila Bramusse. Ela foi estuprada e morta enforcada com um cabo elétrico do ventilador em novembro de 1998, no bairro JK, em Fabriciano.

Na época, Roni ao ser preso pela polícia negava a autoria do crime, inclusive durante o julgamento pelo Tribunal do Júri de Coronel Fabriciano. Ele foi condenado a 19 anos e 9 meses de prisão. Mesmo assim, a família realizou um exame de DNA, na época caríssimo, para tentar provar a inocência do condenado, porém o procedimento indicou que ele foi mesmo o autor do estupro e morte da modelo.

Ele ficou quase dez anos preso e ganhou liberdade depois de quase dez anos cumprindo a pena. Roni se envolveu em outro crime violento, desta vez em um motel no bairro Mangueiras, em Coronel Fabriciano. A travesti Rayssa, como se apresentava Ronaldo Sabino de Lima, de 25 anos, foi assassinada com 13 golpes de canivete, em 9 de novembro de 2010.

O até então suspeito fugiu da região, mas acabou localizado pela polícia em Espera Feliz, município da Zona da Mata mineira, distante cerca de 60 quilômetros de Manhuaçu. As investigações da equipe do delegado Gustavo Cecílio, na época, indicaram que ele havia bebido algumas latas de cerveja e depois cometeu o crime no motel.

“Ele vive em um mundo de faz de conta, inventa várias histórias mirabolantes e jura por Deus que são verdadeiras, suas ideias não possuem qualquer nexo com a realidade”, comentou o policial civil quando houve a captura do foragido Roni, realizado pela PM de Espera Feliz, e ao apresentá-lo à imprensa na delegacia de Coronel Fabriciano.

Em dezembro de 2013, Roni foi condenado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Coronel Fabriciano a pena de 15 anos e quatro meses e 15 dias de prisão pelo homicídio da travesti Rayssa. Como na primeira condenação, ele não chegou a ficar dez anos atrás das grades e já se encontrava cumprindo prisão domiciliar deste outubro de 2022.