Expo Usipa 2024 02 - 728x90

22 de fevereiro, de 2023 | 08:08

Com escassez provocada por catástrofe comerciantes cobram até R$ 98 por galão de água no litoral norte de São Paulo

Rovena Rosa / Agência Brasil
Com as cidades e comunidades isoladas e sem abastecimento desde sábado, água potável virou produto escasso e comércio aproveita para faturar Com as cidades e comunidades isoladas e sem abastecimento desde sábado, água potável virou produto escasso e comércio aproveita para faturar

Um caso registrado em uma comunidade atingida pela catástrofe da chuva intensa no litoral norte do Estado de São Paulo traduz bem do que é capaz o "livre mercado", diante de uma explosão de demanda de um produto escasso. Lá, onde falta água potável há cinco dias, comerciantes vendem água a R$ 98 o galão de 20 litros para vítimas da chuva. O preço normal de um galão gira em torno de R$ 15.

A denúncia foi feita por moradores e confirmada por jornalistas que cobrem a tragédia que já tem 44 mortos, dos quais, 43 em São Sebastião e um em Ubatuba, atingidos pelos alagamentos e deslizamentos de terra.

Enquanto mutirões se organizam para recuperar o que sobrou das localidades atingidas por um volume inédito de chuva, a escassez de tudo, inclusive água, atingiu a população e o mercado se aproveita da situação.

Conforme a denúncia, com a falta de água potável, alguns comerciantes tentaram se aproveitar da situação. “Os comerciantes estão alugando barcos de Barra de Una para Boiçucanga e vendendo a água por um absurdo”, diz um morador. Um grupo de turistas confirmou que havia quem quisesse cobrar R$ 98 por um galão.

A ajuda que chega para a população local precisa ser transportada em helicópteros porque as estradas estão bloqueadas e as equipes reabrem os acessos lentamente. Outra parte do transporte é feito em barcos de pescadores.

História que se repete

Aproveitar momentos críticos de crescimento de uma demanda da população não é um caso inédito. No começo da pandemia de covid-19, em 2020, o preço das máscaras quase triplicou de hora para outra. O álcool 70% também teve o preço disparado. Em algumas cidades, para evitar abusos, teve que ser limitado a dois frascos por pessoa, pois além do preço elevado havia cidadãos comprando vários litros do produto, provocando a escassez e, em consequência, a alta de preços.

“Faz parte da realidade da economia. Se qualquer produto tem demanda elevada, o preço sobe com o aumento da demanda. Faz parte do negócio ser dessa forma. Claro que o Estado tem fundamentos jurídicos para evitar abusos”, escreve o economia Paulo Alves em sua conta no Twitter.

O bispo Dom Leonardo Steiner também alerta para a atuação racional e nada emocional da economia: “ela não é mais humana, ela é do mercado, e o mercado não tem coração”
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Alexander

23 de fevereiro, 2023 | 13:51

“Antes de atribuir culpa ao livre mercado a "reporter" deveria ter feito seu trabalho direito e pesquisado a fundo. A maioria dos empresários são pessoas honestas e trabalhadoras. Para um caso de maldade e ganância há uma dezenas de bondade e empatia. Como o caso do dono do restaurante Pimenta Rosa em São Sebastião, que deu abrigo e comida às pessoas sem cobrar um real de quem quer que fosse. Tudo é culpa do capitalismo malvadão. Imagina se o comércio fosse de responsabilidade do governo? Nem teria a água pra cobrar R$98”

O Brabo

22 de fevereiro, 2023 | 15:19

“O BRASIL NÃO É PARA AMADORES INFELIZMENTE, ENQUANTO EM OUTRAS PARTES DO MUNDO PESSOAS EM CASO DE TRAGEDIAS DESLOCAM HORAS E KILOMETROS PARA AJUDAR,NO BRASIL UNS TIRAM VANTAGEM DA DESGRAÇA ALHEIA. SÓ NÃO ESQUECE QUE O MUNDO É UMA RODA GIGANTE E AS VEZES VOCÊ ESPERTALHÃO NÃO SABE O PORQUE DE CERTAS COISAS ALCAÇAREM SUA VIDA..... FICA A DICA”

Tinho Mortadela

22 de fevereiro, 2023 | 11:46

“Essas tragédias são resultado de anos e anos de descaso, leniência e muita irresponsabilidade, de diferentes políticos, governos e governantes. Qual a quantidade de dinheiro público circulou nas mãos destes senhores (presidentes, governadores, prefeitos, deputados, senadores e vereadores) nos últimos anos?
Pois é. As centenas de bilhões de reais, senão trilhões, foram usadas para muita coisa - inclusive corrupção, menos (ou muito pouco) na prevenção de acidentes geológicos envolvendo pessoas.
Em resumo, enquanto o Estado gastar mais consigo (políticos, judiciário, auxilio paletó, orçamento secreto e etc.) do que com o País, o resultado será sempre o mesmo.
Deixo aqui um trecho da música A Novidade de Gilberto Gil:
Oh! Mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Oh! De um lado esse carnaval
De outro a fome total
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...”

Anderson

22 de fevereiro, 2023 | 09:10

“Humanidade e o brasileiro em especial, deram muito errados. Mas se procurar acha gente ainda que defenda essas atitudes. A imprensa deve realizar melhor o seu papel, indo à porta dos estabelecimentos que praticamente esse ágil, mostrando os "empresarios" da oportunidade.”

Tim Maia

22 de fevereiro, 2023 | 08:21

“Esse cidadão que vende esse galão de água nesse preço exorbitante é o mesmo que reclama da corrupção,dos altos imposto, dos políticos ladrão, mas na verdade esse cidadão é só o espelho dessa reclamação. Triste ver que a humanidade perdeu toda empatia.”

Envie seu Comentário