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19 de março, de 2023 | 06:00

Sem noção

Fernando Rocha

O vencedor do clássico de hoje à tarde, no Independência, vai se juntar ao ganhador do confronto de ontem, entre Atlético x Athletic, para decidir o Campeonato Mineiro/2023.

O Coelho é o favorito para passar à final, pois venceu o Cruzeiro no jogo de ida por 2 x 0, o que lhe dá a enorme vantagem de poder perder pelo mesmo placar ou por dois gols de diferença.

Há uma grande expectativa do torcedor cruzeirense, não pela improvável classificação, mas quanto à atuação do time, que ainda não encaixou e acumula atuações pífias neste início de temporada.

Na última partida em Sete Lagoas, houve certo exagero de parte da torcida ao hostilizar com palavras de baixo calão o dono do clube, Ronaldo Fenômeno, mas também não havia necessidade de seu staff criar um verdadeiro muro de lamentações, ao transferir boa parte da culpa pela má fase do time ao comportamento da imprensa e da torcida.

Ainda há tempo para o uruguaio Paulo Pezzolano acertar o time e torná-lo competitivo para a disputa do Campeonato Brasileiro, mas a corda foi esticada pela atual diretoria, que parece não ter a noção exata do tamanho do clube que comprou.

Time ideal
A coluna foi escrita antes do jogo de ontem, mas ouso dizer que se tiver repetido ou feito algo parecido com o segundo tempo, quando venceu de 3 x 1 o Millonarios, classificando-se para a fase de grupos da Libertadores, o Galo estará na final do Campeonato Mineiro para buscar o tetracampeonato.

Depois de um primeiro tempo excessivamente burocrático, o técnico Eduardo Coudet teve humildade e ousadia de mudar no intervalo, sair do seu esquema predileto, ao sacar Edenilson para a entrada de Pedrinho aberto como ponta pela direita. Paulinho foi para a outra ponta na esquerda e Hulk fixado como centroavante, o que mudou totalmente o desempenho do time e levou o Galo à classificação.

Por necessidade, ou acaso, o certo é que o técnico Coudet não foi “cabeça dura” e achou o modo de jogar ideal, além do time titular do Galo, mas se vai continuar nessa toada só vamos saber com o passar do tempo e a sequência dos jogos.

FIM DE PAPO

Ronaldo Fenômeno deu entrevista a um programa de TV, na última semana, onde reafirmou que irá “ressuscitar o Cruzeiro”. Ao mesmo tempo, surgiu a notícia de que estaria negociando, em Portugal, a compra de outro clube. Não há dúvida que ele salvou o Cruzeiro de um buraco ainda maior, quando comprou o clube, em 2022. O torcedor cruzeirense sabe disso e tem, além de gratidão, a obrigação de jamais esquecer. Mas acho sentimentalmente ridículo, a cada crise, ficar utilizando isso para se defender das críticas, justas por sinal, aos erros grosseiros de planejamento cometidos pela sua administração.

O Conselho da Fifa decidiu que os quatro campeões continentais do ciclo de 2021 a 2024 têm vagas garantidas no próximo super Mundial de Clubes, em 2025. Com isso, Flamengo e Palmeiras já estão classificados para a competição, e haverá mais dois times campeões dos anos de 2023 e 2024. Além disso, o ranking da Conmebol completará a lista de seis equipes da América do Sul. A regra da Fifa deixou os argentinos aliviados, pois assim River Plate e Boca Juniors vão entrar no Mundial pelo ranking da Conmebol. Temiam que os dois gigantes ficassem de fora, pois o último título da maior competição continental conquistado por um time argentino foi em 2018 pelo River Plate.

No caso do Brasil, como já existem dois classificados brasileiros, não poderá haver mais times do país pelo ranking. Há um limite de dois por país, com exceção dos campeões continentais. Se Flamengo ou Palmeiras voltarem a ser campeões nos dois próximos anos, haverá mais vagas para o ranking da Conmebol. Por exemplo, se um dos dois repetir o título, sobra mais um lugar. Mas será mantida a restrição do número de dois times por país no ranking.

No caso europeu, a Uefa também terá os quatro campeões continentais entre os 12 classificados para o Mundial de Clubes. A entidade europeia concordou com a realização da competição. O Mundial de Clubes de 2025 terá 32 times no total. O seu formato será de Copa do Mundo, com grupos de quatro e mata-mata a partir das oitavas-de-final. A Fifa trata a competição como prioritária na gestão de Gianni Infantino. Porém, ele terá de viabilizar receitas com a venda dos direitos para confirmar a atratividade para as equipes europeias. (Fecha o pano!)
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