22 de março, de 2023 | 08:35

Vendas de ar-condicionado devem crescer cerca de 10% em 2023, prevê associação

André Oliveira, administrador de uma empresa de refrigeração localizada em Ipatinga, afirma que o mercado está aquecido

Para aliviar o calor, a população sempre providencia alguma forma eficaz de se refrescar. Seja com um banho gelado, a ingestão de líquidos, com um leque, ventilador e o ar-condicionado, que cada vez mais tem ganhando espaço nas residências e estabelecimentos comerciais. O aparelho que, por muito tempo, foi visto como um “luxo”, tem sido avaliado como um item essencial.

Dados fornecidos pela Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) revelam que somente nos últimos dez anos foram vendidas cerca de 33 milhões de unidades de ar-condicionado, sendo 30% de aparelhos de janela, 3% do tipo portátil e 67% do tipo split.

De acordo com a Abrava, a aquisição de equipamentos de ar-condicionado de pequeno porte tem aumentado gradualmente e o Brasil ocupa hoje a 3ª posição no ranking mundial do setor, com presença em 17% das residências no país.

Projeção 2023
Em 2022 as vendas do mercado de ar-condicionado ficaram um pouco abaixo da média, por causa das baixas temperaturas, mas para este ano as expectativas são as melhores. “É previsto um aumento da ordem de 10%. Espera-se vender cerca de 4 milhões de unidades de equipamentos da linha residencial”, informou a associação.

Começo de ano positivo
Na avaliação da Abrava, 2023 começou muito bem, cenário que deve continuar favorável. “As vendas no início de 2023 estão aquecidas devido às altas temperaturas em todo país. Tendência que dever ser mantida durante o ano de 2023, pois está previsto El Niño”.

Na Oliveira Refrigeração, empresa localizada no bairro Jardim Panorama, em Ipatinga, que atua na venda, instalação e manutenção de ar-condicionado residencial, comercial e industrial, no mercado desde 2014, o início de ano tem sido favorável. “O mercado está aquecido, tanto em temperatura quanto nas vendas, e grande parte se dá ao cliente ter a possibilidade de parcelar seu equipamento em até dez vezes. Durante o verão trabalhamos com carga máxima, visto a alta demanda de pedidos e entregas”, contou o administrador do estabelecimento, André Oliveira.

Luxo x necessidade

A aquisição de um ar-condicionado já chegou a ser tratada como luxo, mas essa perspectiva tem sido modificada. “Há muito tempo o uso de sistemas de ar-condicionado deixou de ser visto como item de luxo, passando a ser classificado como essencial, não apenas para o conforto térmico, como também necessário ao bem-estar e à produtividade das pessoas”, afirmou Gilson Miranda, presidente do Departamento Nacional do Comércio da Abrava.

E se tratando de cidades ou regiões onde as altas temperaturas e o calor são uma marca registrada, como Ipatinga, o aparelho é mais útil ainda. “Na região do Vale do Aço não é luxo ter um equipamento de ar-condicionado, é uma necessidade”, declarou André.

Consumo de energia
O que acaba preocupando o consumidor na hora de decidir comprar ou não o ar-condicionado é o gasto de energia gerado pelo aparelho. Segundo a Abrava, existem disponíveis hoje no mercado uma diversidade de novas tecnologias, em especial às relacionadas à eficiência energética. “Chegando muitas vezes até 70% de economia de energia se comparados alguns modelos mais antigos”.

Instalação
André fez questão de ressaltar que não basta apenas comprar um bom aparelho. A instalação também merece atenção e deve ser feita da forma adequada. “Quando não instalado corretamente, seguindo as normas do fabricante, não sendo realizado um vácuo no sistema, cabeamento elétrico fora das normas ABNT, o cliente assume o risco de perda do equipamento num eventual dano, e pior, risco à própria vida, como exemplo no CT do Flamengo”, alertou o administrador, se referindo ao incêndio que tirou a vida de dez jogadores da base do clube, no início de 2019.