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06 de novembro, de 2021 | 21:10

Empresa de segurança pagará R$ 1,8 milhão por morte de homem no Carrefour:

Reprodução
Dinheiro deverá ser usado em bolsas de estudo e em aquisição de cestas básicas para pessoas negras.Dinheiro deverá ser usado em bolsas de estudo e em aquisição de cestas básicas para pessoas negras.

A empresa responsável pela segurança da unidade do supermercado Carrefour onde o trabalhador autônomo João Alberto Freitas morreu após ser agredido, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pelo Grupo Vector, no qual se compromete a investir R$ 1,792 milhão em bolsas de estudo e em aquisição de cestas básicas para pessoas negras.

A morte de João Alberto ocorreu no dia 19 de novembro do ano passado. Ele tinha 40 anos quando fazia compras na unidade do Carrefour no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre. Junto da esposa, o trabalhador autônomo foi abordado por dois seguranças após um desentendimento com uma funcionária e conduzido até a saída do supermercado.

Agredido com chutes e socos, João Alberto foi imobilizado por cerca de cinco minutos. Sufocado, ele não resistiu. O laudo médico confirmou a morte por asfixia. As imagens foram registradas por pessoas próximas e ganhou grande repercussão às vésperas do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro.

O acordo prevê que 35% dos R$1,792 milhão seja convertido em bolsas de meio turno para o acolhimento de crianças de até cinco anos de idade junto a creches localizadas no bairro Passo D’Areia.

Além disso, 50% do montante será destinado a bolsas para estudantes que tenham ingressado na graduação através do Programa Universidade Para Todos (Prouni) em instituições de ensino superior sediadas em Porto Alegre.

Os 15% restantes serão investidos na aquisição de cestas básicas mensais para famílias compostas por pessoas negras que morem no bairro Passo D’Areia. A forma de seleção de todos os beneficiados constará em editais publicados pela Defensoria Pública.

Posicionamento

Em nota divulgada em seu portal eletrônico, a empresa de segurança disse estar empenhada em contribuir para a conscientização da prática antirracista. "O Grupo segue mantendo o compromisso de transparência com a sociedade e seus clientes, está satisfeito em noticiar o compromisso firmado, porém, com pesar, ao rememorar o fato ocorrido em 19/11/2021, que jamais será esquecido, e servirá como exemplo do que não deve ser admitido em hipótese alguma, sendo necessária a união de todos os esforços possíveis para o enfrentamento do racismo estrutural em nossa nação, que mesmo sendo combatido há séculos, necessita de um comprometimento cada vez maior por cada um de nós", diz o texto.

O acordo estabelece ainda outros compromissos. O Grupo Vector deverá aumentar o número de admissão de pessoas negras em 10% no primeiro ano de vigência do acordo, em 15% no segundo e no terceiro ano e em 20% no quarto e no quinto ano.

Além disso, um protocolo de treinamento deverá ser estabelecido para todos os seus dirigentes e trabalhadores em relação a atos de discriminação. O conteúdo ministrado incluirá discussões sobre direitos humanos, diversidade e combate ao racismo estrutural.

Já publicado:
-Loja do Carrefour é invadida por manifestantes
-Repercute no mundo a morte de aposentado espancado em supermercado da rede Carrefour
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