11 de março, de 2022 | 16:11
Leishmaniose, um perigo à espreita
Jaime Dias *
Na década anterior, 34.930 pessoas foram diagnosticadas com leishmaniose visceral no país e 2.535 perderam a vida para a doença. Os números, do Ministério da Saúde, englobam 2011 a 2020 e indicam que 1 em cada 13 casos evoluiu para morte. Presente em todas as regiões brasileiras, a doença ainda é pouco diagnosticada e pode ser evitada por meio da prevenção ao principal responsável por sua disseminação: o mosquito-palha.Principal vetor do protozoário Leishmania, ele e costuma picar cães de todas as raças e idades. Só que o ciclo da doença não para no cão. Isso porque, depois de picar um animal já infectado, também pode picar humanos, transmitindo o protozoário a homens e mulheres, adultos ou crianças, de todas as idades e classes sociais e transformando o problema em uma grave zoonose.
Levantamentos feitos por estudiosos indicam que, para cada caso em humanos, existem 200 cães infectados com Leishmania. Com o total de casos registrados na década, o Brasil poderia ter tido até 7 milhões de cães infectados. Para se ter uma ideia, o país tem cerca de 54 milhões de cães, de acordo com estimativa do IBGE. Nesse cenário, 12 em cada 100 animais estariam com leishmaniose visceral.
A doença ainda é pouco
diagnosticada e pode ser
evitada por meio da prevenção
ao principal responsável por
sua disseminação: o mosquito-palha”
As estatísticas são consideradas subestimadas, já que para cada registro confirmado em cães, outros 5 animais podem estar assintomáticos. Por isso, tutores devem estar atentos a sintomas em seus animais. Ao notar desânimo, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento progressivo, perda de massa muscular, descamações na pele, feridas no focinho, orelhas e na região das articulações, além de perda de pelos, crescimento exagerado das unhas, vômito e diarreia, é preciso procurar um médico-veterinário.
Mais grave, a leishmaniose também afeta importantes órgãos internos, como baço, fígado, rins, dentre outros, diminuindo significativamente a qualidade de vida e o bem-estar do pet. Assim, mais do que tratar a doença quando seus efeitos já são sentidos na pele, prevenir esta grave enfermidade é a melhor opção. E essa prevenção se faz mantendo o mosquito afastado dos cães, evitando que eles sejam infectados e interrompendo o ciclo de transmissão.
A utilização de coleiras com efeito repelente e inseticida contra o mosquito palha representa uma excelente opção de prevenção da leishmaniose visceral, promovendo a liberação de princípios ativos para a pele e os pelos do cão tratado, mantendo os mosquitos longe dos animais. Essa é a melhor solução para manter nossa família canina protegida.
* Médico veterinário com residência em doenças infecciosas pela Unesp e gerente técnico de animais de companhia da Vetoquinol Saúde Animal
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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Otávio Antônio Volpato
13 de março, 2022 | 18:38Trabalho com em uma cidade endêmica, e o que mais vejo por semana é Leishmaniose. Às vezes já passaram por outros colegas, e o mais difícil é fazer o estadiamento. Exige gastos com laboratório e por vezes o proprietário já gastou tanto que está desanimado e o paciente ainda não está estadiado. Hoje ainda está melhor, porque quem já perdeu um animal com essa doença dificilmente facilita no caso de um outro seu animal adoecer. E há 10 anos não tenho mais casos de vacinados que adoecem, pois faço as vacinas segundo orientação da dra. Marcondes, de 10 em 10 meses, e não de ano em ano. Só isso fez a diferença. Infelizmente o custo da vacina impede seu uso em larga escala. E sabemos que a demora do diagnõstico em humanos também implica nesse índice de óbitos.”