20 de março, de 2022 | 21:00

Leilão das BRs 262 e 381 ainda sem data prevista e novo edital deve ser lançado

Com diversos trechos danificados com deslizamentos de encostas e obras paralisadas há mais de um ano, onde são registrados frequentemente acidentes graves, a BR-381 segue sem uma solução. Motoristas que trafegam pela rodovia precisam desviar-se de crateras para evitar estragos em seus veículos e também para não serem vítimas de uma tragédia. Apesar dessa situação preocupante, ainda não há sinais de melhora. O leilão de concessão da BR-381, que estava marcado anteriormente para o início deste ano foi suspenso e não há uma nova data prevista para sua realização, já que outro edital terá que ser publicado.

Em nota enviada ao Diário do Aço, o Ministério da Infraestrutura informou que - após o quarto adiamento do leilão de concessão de trechos da BR-381 e da BR-262, por falta de interessados - o projeto do sistema rodoviário BR-381/262/MG/ES está sendo reestruturado para que se chegue a uma nova modelagem mais atrativa para os investidores e que garanta melhora da qualidade e da segurança para os usuários.

“A concessão do sistema é um projeto prioritário para o Governo Federal. Nesse sentido, o objetivo é publicar novo edital ainda no primeiro semestre de 2022 e realizar o leilão até o fim deste ano”, informou.

Repasse

A concessão da BR-381 é estudada há mais de 20 anos. A duplicação da rodovia é uma obra dividida em dez lotes, dos quais apenas dois tiveram obras parciais realizadas com dinheiro público. Quem vencesse a licitação arcaria com a responsabilidade de resolver o passivo. Para conseguir atrair interessados, o governo adicionou a essa concessão a administração do trecho da BR-262 que vai de João Monlevade a Viana (ES). Esse trecho é a principal ligação de Belo Horizonte a Vitória (ES).

Estimativas

Os dois trechos somam 686km de extensão. A concessão das duas rodovias tem estimativa de investimentos na ordem de R$ 7,3 bilhões, segundo o Ministério da Infraestrutura. Conforme o último edital, as obras de duplicação seriam executadas em 402 quilômetros, haveria a construção de faixas adicionais em 228 quilômetros e 131 quilômetros de vias marginais.

Praças

Para custear os investimentos, era previsto no último edital que a empresa que vencesse a licitação, a partir do segundo ano da concessão, poderia iniciar a cobrança de pedágio. Ao todo, a previsão era de 11 praças nas duas rodovias: Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares, no caso da BR-381, e São Domingos do Prata, Matipó, Reduto, Ibatiba, Venda Nova do Imigrante e Viana, no caso da BR-262.

Trechos com problemas

Enquanto melhorias não são feitas, motoristas precisam enfrentar trechos desagradáveis da BR-381, entre Ipatinga e Belo Horizonte. Dentre os pontos problemáticos tem o desvio em Nova Era, que foi construído devido ao deslizamento de um talude que ocorreu no dia 14 de janeiro e destruiu mais de 100 metros de um trecho do km 321 da BR-381.

Como o desvio não é pavimentado, com várias ondulações na pista, e em mão dupla, um longo congestionamento (nos dois sentidos) é formado frequentemente por carros e caminhões no local.

Outro ponto retenção é no Km 404, em Bom Jesus do Amparo, onde houve outro deslizamento de encosta. Desde 22 de fevereiro a pista sentido a BH está interditada e a pista sentido a Ipatinga funciona em mão dupla.

Em Antônio Dias, desde o dia 2 deste mês, um trecho da rodovia, onde houve mais um deslizamento de talude, funciona em mão dupla e já teve parte destruída, assim como ocorreu em Nova Era. Motoristas que trafegam de Belo Horizonte para o Vale do Aço são desviados em frente ao restaurante Bananal para a antiga pista que antes era destinada somente para o fluxo sentido à capital.

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