22 de abril, de 2022 | 10:39

MP denuncia autor confesso de homicídio no alto do bairro Canaãzinho

Reprodução
Elias Junior de Souza Silva tinha 25 anos e foi assassinado na tarde de sábado (19/2), na rua Monte SinaiElias Junior de Souza Silva tinha 25 anos e foi assassinado na tarde de sábado (19/2), na rua Monte Sinai

O Ministério Público da Comarca de Ipatinga denunciou, por homicídio qualificado, Wericks Abel de Araújo, de 21 anos. Ele foi autuado pelo assassinato de Elias Júnior de Souza Silva, 25 anos, na rua Monte Sinai, no Morro Boa Vista, no bairro Canaãzinho, em Ipatinga, crime praticado em 19 de fevereiro de 2022, conforme noticiado pelo Diário do Aço.

As investigações policiais indicaram que Elias Júnior era vizinho de W.A.A., de 29 anos, irmão do denunciado, e que havia uma desavença antiga entre os dois. W.A. chegou a ser detido para prestar esclarecimentos na delegacia e negou qualquer participação no homicídio.

No dia do crime, havia ocorrido uma nova discussão entre os vizinhos, ocasião em que Wericks interveio na contenda. A partir do depoimento do próprio Wericks, ao se apresentar à Polícia Civil dias depois do fato, as investigações apuraram que o denunciado correu e pegou um revólver que havia escondido em casa. A vítima, ao vê-lo armado, saiu correndo em direção à sua casa, numa tentativa de escapar. Elias, perseguido, recebeu um primeiro disparo pelas suas costas.

Consta também da confissão do denunciado que a vítima, mesmo baleada, tentou fugir em uma motocicleta, recebendo novos disparos, levando à queda ao solo. Em seguida, conforme relatos, Wericks efetuou mais tiros até que a munição terminasse. Além disso, o assassino confessou que os tiros finais foram dados com cano da arma de fogo encostado no rosto de Elias.

A versão do denunciado, na conclusão do inquérito policial presidido pelo delegado Marcelo Franco Marino, confere com o laudo do IML, que verificou os danos causados no rosto de Elias pela pólvora em combustão no interior do corpo humano, o que somente ocorre com o cano da arma encostado na vítima (tiro à queima roupa).

Houve a confirmação, durante as investigações da Polícia Civil, que o crime foi praticado na presença dos pais da vítima, que chegaram a implorar ao assassino pela vida do filho. Segundo a denúncia do MP, o denunciado fugiu e permaneceu foragido até a sua apresentação, tendo levado consigo a arma de fogo utilizada para vitimar Elias.

Assassino confesso foi denunciado em três qualificadoras

O Ministério Público denunciou Wericks por motivo fútil, na medida em que há “evidente desproporcionalidade entre os motivos ensejadores das desavenças entre os vizinhos e o comportamento homicida do denunciado, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, eis que o denunciado, valendo-se de arma de fogo (revólver calibre 38), efetuou inúmeros disparos contra uma totalmente vítima desarmada”, cita um trecho da denúncia.

Além destas duas qualificadoras, Wericks teria causado perigo comum ao praticar o homicídio na rua, durante o período da tarde. “Uma vez que na sequência de disparos, embora iniciada em ambiente privado, completou-se em via pública, acarretando um risco acentuado aos transeuntes da localidade”.

O promotor Jonas Júnio Linhares Costa Monteiro ressaltou na denúncia que o crime foi praticado quando Wericks estava em liberdade provisória. Semanas antes do assassinato, ele havia sido preso em flagrante pela posse de arma de fogo e munição. “Por fim, as consequências do crime transbordam aqueles ínsitos ao crime de homicídio, porquanto a infração penal foi praticada na presença dos genitores da vítima, sendo apto, pois, a justificar o agravamento da pena base”.

Wericks, que se encontra em liberdade, teve também o pedido de condenação pela posse da arma de fogo apreendida antes dele praticar o homicídio. O MP pediu que o denunciado seja pronunciado e levado a julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga. Caso seja condenado, ele pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão, conforme o Código Penal.
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