26 de abril, de 2022 | 10:00

Cancelada audiência pública para debater o transporte público em Ipatinga

A Câmara de Ipatinga informou, na tarde desta terça-feira (26), que foi cancelada a audiência pública convocada para debater questões relativas ao transporte coletivo no município. Anteriormente, a comissão responsável havia divulgado que "acolhendo as demandas da população após a realização de debates sobre o tema", a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal organizou o evento, que estava programado para ocorrer a partir das 19h30, no plenário da Casa.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel), Marlúcio Negro, destaca a importância de investimento no serviço, o que melhoraria a qualidade para os usuários.

Em Ipatinga o serviço é prestado pela empresa Saritur. A audiência é um dos encaminhamentos das plenárias realizadas pela vereadora Cida Lima (PT) no Morro São Francisco e nos bairros Bom Jardim, Bethânia e Vila Militar ao longo do mês de fevereiro e primeira semana de março deste ano. Entre as reivindicações acolhidas via enquete nas mídias sociais, nos debates realizados nos pontos e dentro dos ônibus e também nas plenárias, as principais queixas são: falta de horários que atendam à demanda da população, a qualidade dos carros, a infraestrutura dos pontos, dentre outros.

Segundo informações da diretoria do sindicato, um assunto que precisa da atenção de todos é a retirada de cobradores dos veículos, situação que estaria ocorrendo com frequência. Sobre a situação, Marlúcio Negro acrescenta que quando a retirada dos cobradores foi iniciada, diversas denúncias foram feitas, mas nenhuma providência foi tomada até o presente momento. “O sindicato encaminhou ofícios, pediu audiência, mas nada mudou”, lamenta.

Há alguns meses, a administração de Ipatinga informou ter intensificado, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), a fiscalização para coibir que ônibus de linhas municipais, qualquer que seja o itinerário, circulem sem a presença de cobradores, situação denunciada por usuários do serviço.

À época, o governo municipal destacou ter notificado a empresa Saritur, quando foi detectada infração à Lei n° 2275/2007, por trafegarem sem a presença do cobrador. A legislação municipal em vigor, em seu parágrafo 1°, proíbe a circulação de ônibus e micro-ônibus sem a presença deste profissional.

Investimentos

O presidente destaca que o pensamento da diretoria do Sinttrocel é que falta investimento do poder concedente e do governador do estado, de forma a propiciar melhorias no serviço. “No passado as empresas ganharam muito dinheiro e não se preocuparam com o futuro. A sociedade arrumou um meio de locomover e de não depender do ônibus. Avaliamos que não houve pensamento sobre este futuro. E é cada vez maior a concorrência desleal, de veículos rodando sem regulamentação. Houve uma aqueda no número de passageiros, o valor da passagem é caro, faltam linhas e nada é feito para chegarmos a uma solução”, avalia.

Marlúcio salienta que falta política voltada para o sistema, que está sucateado. “Não tem aquele olhar com a qualidade, a empresa faz o que quer fazer, ninguém cobra e quem sofre é o povo”, opina.

Campanha salarial

Sobre as tratativas da campanha salarial e que envolvem trabalhadores da Saritur, Marlúcio Negro informou que a data-base é do mês de março. Caso não haja avanço na negociação, até o dia 29, o sindicato irá convocar os trabalhadores. “Se não houver proposta pautável, poderá ocorrer paralisação das atividades”, conclui.