04 de agosto, de 2015 | 19:10
PC indicia pai e filho por latrocínio e roubos
Além de violento assassinato no bairro Canaã, foram reconhecidos em outros quatro assaltos em Ipatinga
IPATINGA A Polícia Civil já concluiu o inquérito que apura o latrocínio em que foi assassinado na rua Ester, bairro Canaã, o aposentado Edson de Souza Costa, de 55 anos, no dia 20 de julho. Varley Neves de Oliveira, de 41, e o filho Warley Fillipe Mendonça de Oliveira, de 19 anos, ambos moradores do Morro Santa Rosa, no bairro Bethânia, foram apontados como autores desse crime e de outros quatro assaltos. Eles negam.
Além dos cinco crimes em Ipatinga, pesa contra o pai e filho, a acusação de autoria de um assalto a mão armada no cartório do Centro de Coronel Fabriciano e um assalto ocorrido no trecho da BR-381 em Antônio Dias, quando renderam e assaltaram um motorista, perto da comunidade de Machado.
Todas as vítimas dos assaltos em Ipatinga os reconheceram como autores. Em um dos assaltos, em uma clínica médica do bairro Canaã, Varley foi reconhecido na companhia do filho adolescente que, apesar de ter apenas 14 anos, é acusado de vários crimes dessa natureza.
A pena mínima pelo crime de latrocínio é de 20 anos de prisão. Desde o dia em que foram encarcerados, Varley e Warley negam envolvimento com o latrocínio ocorrido no bairro Canaã. Varley chegou a fazer um desafio à polícia, na entrevista que deu no dia de sua prisão após o latrocínio:
Não pegaram nada comigo. Quero ver onde vão arrumar provas contra mim”. Ele foi preso em uma festa no bairro Bom Jardim, depois que o carro roubado, um Ford Fiesta, foi encontrado abandonado no bairro de Ipaba de Santana do Paraíso, na noite de 20 de julho.
A delegada que apurou o caso, Amanda Pereira Morais , acredita que, dada a repercussão do crime e a gravidade da pena, pai e filho vão insistir na negativa de autoria. Ocorre que, para a polícia, há provas sim, do envolvimento deles, tanto no latrocínio quanto nos roubos nos quais foram reconhecidos”, afirmou.
Sobre o fato de Varley ser acusado de vários crimes graves e ter sido colocado em liberdade no mês de junho passado, a delegada Amanda Morais explicou que ele sempre era preso, mas não era reconhecido pelas vítimas e, sem provas, não havia como a Justiça mantê-lo preso. Então saber quem é, mas não conseguir provar, não é suficiente. Às vezes é por isso que a pessoa, mesmo perigosa, é presa e volta para as ruas”, concluiu.
Entre os crimes dos quais Varley é acusado, está o homicídio de Afonso Dias Torres, de 59 anos de vida, ocorrido em 21 de março deste ano. A vítima morava na mesma rua do acusado, no morro Santa Rosa. Depois do assassinato, a viúva colocou a casa à venda e mudou-se para outro estado.
No dia 22 de julho passado, logo após a prisão de pai e filho, a polícia descobriu que eles tinham arrombado o portão da casa da própria vítima e guardavam, dentro da residência, uma motocicleta Honda XRE300 que eles tinham roubado em um mototaxi no bairro Canaã. O inquérito que apura o assassinato de Afonso ainda está em aberto na Delegacia de Investigação de Homicídios em Ipatinga.
Vítima de latrocínio foi seguida; polícia investiga terceiro envolvido
A delegada Amanda Morais, que presidiu o inquérito do envolvimento de Varley Neves de Oliveira, de 41 anos, e o filho dele, Warley Fillipe Mendonça de Oliveira, de 19, no latrocínio da rua Ester, no bairro Canaã, afirmou que inexistem dúvidas sobre a autoria dos dois no latrocínio. E há, ainda, a possibilidade de um terceiro envolvido. No inquérito, a delegada explicou que foram apurados também outros assaltos, recentes, praticados por pai e filhos.
Sobre o latrocínio (roubo seguido de morte) na rua Ester, Amanda Morais disse que não restam dúvidas sobre a autoria, pois há provas robustas. Temos testemunhas que os reconheceram. Podemos afirmar que quem efetuou os disparos foi o Varley”, enfatizou a delegada.
O estudo da Polícia Civil sobre a dinâmica do crime indica que a vítima foi ao Centro de Ipatinga, onde deixou a filha em uma igreja e voltou para o Canaã. A PC relata que a vítima passou a ser seguida a partir do Centro e foi abordada quando parou no Canaã.
No momento em que desceu do carro, testemunhas relataram que Warley anunciou o roubo e determinou que Edson fosse para o banco de trás do Fiesta. Acredito que nesse momento, a vítima pode ter aproveitado algum descuido e, de forma que pode ser até impulsiva, levou a mão até a arma e, Varley efetuou os disparos”, observou.
A delegada afirmou que, provavelmente os assaltantes iriam repetir a mesma ação um dia antes, no bairro Cidade Nobre, quando rendeu o proprietário de um Honda Civic, o colocou no banco de trás e fez um sequestro relâmpago.
A investigação não aponta para uma motivação pontual. É preciso destacar, também, que no local foi recolhido um projétil calibre 380, o mesmo da munição e arma caseira encontradas com os autores. Um projétil retirado do corpo da vítima também era de calibre 380, conforme exame de eficiência”, detalhou a delegada.
No latrocínio, na rua Ester, a polícia chegou à conclusão que houve participação de uma terceira pessoa, ainda não identificada. Provavelmente o comparsa dirigia o carro que deixou pai e filho na rua Ester, onde cometeram o latrocínio. Veja, abaixo, o vídeo com a entrevista.
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