15 de abril, de 2022 | 13:00
Entidades lamentam ataque a jornalista esfaqueado em Brasília
Gabriel Luiz levou dez golpes no pescoço, abdôme e perna; polícia investiga possibilidade de um roubo e relação do atentado a uma denúncia de clube de tiro irregular
Com informações da Agência BrasilReprodução de vídeo
Gabriel Luiz, de 28 anos, levou dez golpes no pescoço, abdôme e perna; seu quadro de saúde é considerado grave
Gabriel Luiz, de 28 anos, levou dez golpes no pescoço, abdôme e perna; seu quadro de saúde é considerado grave Entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) lamentaram o ataque sofrido pelo repórter da TV Globo Gabriel Luiz, 28 anos, e cobraram que o caso seja investigado com rigor. O jornalista foi esfaqueado na noite de quinta-feira (14), pouco depois das 23h, perto de sua casa, no Sudoeste, bairro do Distrito Federal. Após passar por cirurgia, o estado dele é grave, e inspira cuidados.
Gabriel foi esfaqueado por dois homens e atingido por dez golpes que perfuraram pescoço, abdômen, tórax e perna. Ele foi encaminhado à unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
Um dos suspeitos de esfaquear o jornalista Gabriel Luiz, da TV Globo Brasília, foi apreendido na tarde desta sexta-feira (15) pela Polícia do Distrito Federal (PCDF). Fontes da polícia afirmaram que o suspeito é um adolescente de 17 anos. Na noite de sexta-feira a polícia confirmou a prisão do segundo suspeito, um indivíduo de 19 anos.
O adulto envolvido foi identificado como José Felipe Leite Tunholi. Ele alegou que cometerem o crime depois de usarem "muita droga" e combinarem fazer um roubo. Quando foi preso, José Felipe estava em fuga em direção a Paracatu, Minas Gerais.
Outras linhas de trabalho chegarma a ser adotadas pela polícia, dentre elas, um caso que envolve uma reportagem do início da semana, em que o jornalista denunciou um clube de tiro em Brazlândia. A atividade colocava em risco a vizinhança, pois projéteis estavam atravessando uma barreira e caindo nos imóveis nos fundos e ao lado do clube. Depois da notícia, o clube foi alvo de uma operação do Exército e fechado.
Atentado gera mobilização
Em nota, a Fenaj disse lamentar profundamente o ataque e que deseja o restabelecimento do repórter. A Federação cobrou ainda que o caso seja investigado com celeridade e que os responsáveis sejam identificados e punidos.
Diante da escalada da violência contra jornalistas no Brasil, é preciso uma averiguação criteriosa da motivação do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional”, disse a Fenaj.
O SJDF também lamentou o ocorrido e cobrou a apuração do caso. Esperamos que o caso seja investigado com rigor. Toda nossa solidariedade ao colega e estamos na torcida para que ele se recupere o mais breve possível. Força, Gabriel!”, tuitou o sindicato.
Esperamos que os fatos sejam investigados com celeridade e que os responsáveis identificados e punidos. Diante da escalada da violência contra jornalistas, é preciso uma averiguação criteriosa do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional. +
Sind. Jornalistas DF (@sjpdf) April 15, 2022
Nota da Abraji
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou em repúdio à violência cometida contra o jornalista. A entidade pediu rigor por parte das autoridades do Distrito Federal na apuração do episódio, com especial atenção para a possibilidade de o crime ter ocorrido em decorrência do exercício da profissão.”
A Abraji disse que entrou em contato com o secretário de Segurança do DF, o delegado federal Júlio Danilo Souza Ferreira, que afirmou acompanhar o caso de perto, sem descartar nenhuma hipótese até o momento.
A motivação do crime também não foi esclarecida. É importante ressaltar dois pontos: a violência empregada contra a vítima e o local onde o crime ocorreu, uma região de baixa criminalidade”, disse a Abraji.
ABI
A Associação brasileira de Imprensa também cobrou uma investigação rigorosa do crime. Não se sabe ainda se o crime gravado por câmeras de vídeo tem relação com a atividade profissional de Gabriel, mas ele se insere num quadro inaceitável de hostilidade a jornalistas e de crescimento da violência no País, estimulado pelo governo federal. A ABI exige que as autoridades policiais investiguem com empenho a tentativa de homicídio e a esclareçam o mais rapidamente possível”, diz nota divulgada pela entidade.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também publicou nota sobre o crime. A entidade disse estar consternada e indignada pela tentativa de assassinato do jornalista.
Os criminosos ainda não foram identificados e a motivação do crime ainda não foi estabelecida. Ainda não podemos afirmar que o crime é uma retaliação à sua atividade profissional, mas diante da crescente violência contra jornalistas no país, é preciso uma resposta rápida e contundente das autoridades policiais”.
A equipe médica que atendeu o jornalista disse que o quadro é estável, mas é grave”. Após as cirurgias, o jornalista deve ser transferido para um hospital particular na tarde desta sexta-feira.
O IGES-DF informa que o paciente Gabriel Luiz foi submetido a intervenções cirúrgicas na madrugada de hoje, encontra-se atualmente na UTI, no pós-operatório imediato, em estado grave, mas estável. O paciente está consciente e recebeu visita do pai”, diz boletim divulgado pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (IGES-DF) que faz a gestão do hospital.
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Olho Vivo
16 de abril, 2022 | 14:40O pior é que, parte da imprensa é contra, e fazem voz para não redução da maioridade penal.
Estranho um cara com 16 anos pode fazer filhos, e votar, atentem ,votar é a coisa mais importante que temos, mas fica nas mãos de quem não tem capacidade para "assumir" seus crimes.
Brasil, mostra a tua cara.......”
Carlos
15 de abril, 2022 | 20:46Só para lembrar, não é seguro, nem para jornalista, nem policiais e nem promotores de Justiça. Mexeu com o crime organizado, entra para a lista dos que podem ter a vida ceifada.”
Carlos
15 de abril, 2022 | 20:45O Brasil é um dos lugares mais perigosos para jornalistas trabalharem com investigação. Quem investiga, denuncia, morre. Isso não é de hoje.”
Tião Aranha
15 de abril, 2022 | 20:38? muito triste ver a violencia crescer e não poder fazer nada. A população tinha que cobrar mais a presença da polícia na rua. E dos políticos tb. Risos.”