
25 de janeiro, de 2024 | 20:00
Abin monitorava de Ministros do STF a governadores, deputados a promotores de Justiça
Com informações da Agência BrasilAntônio Cruz/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil, pasta chefiada pelo ministro Rui Costa. O decreto com a mudança foi publicado no Diário Oficial da União dia 2/1

As investigações da Polícia Federal (PF) envolvendo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) revelam que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para monitorar de ministros do STF, passando por deputados, governadores, e até promotores de Justiça, dentre eles, a promotora responsável pela investigação do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, além de outras autoridades. Os crimes teriam ocorrido no durante o governo de Jair Bolsonaro, quando Ramagem foi diretor da Abin. Marielle foi morta em março de 2018.
Na manhã de quinta-feira (25), a PF realizou buscas e apreensões contra Ramagem e outros investigados. Agentes estiveram no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e nas residências dele em Brasília e no Rio de Janeiro. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações na Corte.
De acordo com a decisão de Moraes que embasou as buscas, Ramagem, policiais e delegados da PF que estavam cedidos para a Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas. O caso é conhecido como "Abin paralela".
O monitoramento ilegal ocorria, segundo as investigações, por meio do uso do programa espião First Mile. Produzido por uma empresa israelense de defesa cibernética, o equipamento permite monitorar os passos dos alvos escolhidos por meio da localização do celular. O software foi comprado no governo Michel Temer.
Segundo os investigadores, foram monitorados a promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro Simone Sibilio, que atuou na investigação inicial do caso Marielle, o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e Camilo Santana, que era governador do Ceará e é o atual ministro da Educação.
"Em outra oportunidade, novamente, ficou patente a instrumentalização da Abin, para monitoramento da promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e do motorista que a acompanhava, Anderson Gomes", diz o relatório de investigação.
Ministros do STF
O grupo também teria atuado para difundir informações falsas e vincular os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes a uma facção criminosa. As suspeitas estão em um arquivo eletrônico apreendido na primeira fase da operação, realizada no ano passado.
"O arquivo 'prévia Nmni.docx mostra a distorção, para fins políticos, da providência, indicando a pretensão última de relacionar a advogada Nicole Fabre e os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital PCC, alimentando a difusão de fake news contra os magistrados da Suprema Corte”, complementa o relatório.
Interferência
As investigações também indicam que a Abin teria sido usada para interferir em investigações envolvendo os filhos de Bolsonaro, Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ramagem e os outros acusados também teriam atuado para abafar as investigações internas sobre o uso ilegal do órgão.
"A alta gestão interferiu nas apurações disciplinares para que não fosse divulgada a instrumentalização da Abin", completou o relatório.
Defesa
Pelas redes sociais, Bolsonaro não fez comentários relacionados à operação, mas publicou um vídeo antigo no qual Ramagem informa que o programa espião foi comprado na gestão do presidente Michel Temer.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, classificou a operação de "perseguição" a Bolsonaro.
Em nota, o senador Flávio Bolsonaro negou ter sido favorecido de alguma forma pela Abin. "Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", afirmou. Alexandre Ramagem ainda não se manifestou sobre a operação.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Jave do Outro Lado do Mundo
30 de janeiro, 2024 | 12:26Qualquer História tem o seu lado verdadeiro e o seu lado falso. Qualquer professor de história, mesmo os iniciantes sabem disso. Quando o crime estava sendo realizado, se é que teve algum crime-, quem tinha que ter fiscalizado era a Câmara dos deputados e os órgãos de controle da nação. Essa mania de revanchismo é herança maldita herdada na ditadura militar. Os que eram oposição da Ditadura, hoje estão do lado dos empresários, na verdade, ou estão mamando nas empresas estatais, isso é o que eles sabem fazer. O comunismo nunca foi aplicado na prática nem na Rússia e nem na China. João Goulart tentou implanta-lo aqui, mas, o tiro saiu pela culatra. Não se constrói nenhuma Democracia com gastanca. Rs.”
Gildázio Garcia Vitor
26 de janeiro, 2024 | 13:27Sr. Fulano, parabéns e obrigado pelo comentário!
Estou do outro lado desde a Ditadura Civil-Militar. Sou "Comunista, não sou idiota", de nascença. Acredito que o Sr. interpretou o meu comentário de forma equivocada.”
Rj
26 de janeiro, 2024 | 12:03O Guia, que tem conhecimento, conhece o Artigo 5°, inciso X, da Constituição Federal?”
Fulano
26 de janeiro, 2024 | 09:59O papel da Abin é propagar fake news? destruir reputações? Associar rivais políticos ao PCC? Interferir em investigações? E detalhe, esse monitoramento de autoridades com o software espião tinha o objetivo de sabotar investigações criminais! Como a própria reportagem esclarece.
Guia e Gildázio, vocês acreditaram tanto na ideia de corrupção associada ao outro lado que estão passando pano nos piores absurdos, achando que são os cidadãos de bem. Aff olha eu falando bobagem. Essa é a fascinante república bolsonarista.”
Lu Magalhães.
26 de janeiro, 2024 | 09:11Kkkk... não se iludam..essa foi apenas mais uma das estripolias da mente DIABÓLICA que trama as mazelas do demônio por nome...
E bem que diz o ditado debaixo de terra tem terra,atrás de serra tem serra...vocês ainda vão ver muita coisa trapaiada desse clã e seus capachos kkkkk”
?guia
26 de janeiro, 2024 | 08:50Esse é o papel da Abin. Será que essas classes citadas são imunes de monitoramento? O povo sofre por acreditar em narrativas e não buscar conhecimento.”
Gildázio Garcia Vitor
26 de janeiro, 2024 | 06:38Para mim, nenhuma novidade! Se até Nixon espionava os seus opositores, imagina os nossos políticos tupiniquins, que fazem da política um meio de vida que passa de pais para filhos.”