07 de fevereiro, de 2024 | 16:44
Saiba quais remédios são contraindicados em caso de suspeita de dengue
Tratamento inclui analgésico, antitérmico e medicamento contra vômito
Informações da Agência Brasil - Por Alana Gandra Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou, nesta quarta-feira (7), para os remédios contraindicados em caso de suspeita da doença. Segundo o Ministério da Saúde, do início deste ano até a última segunda-feira (5), a doença provocou 36 mortes no país.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBI, Alberto Chebabo, citou o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina, entre os não recomendáveis, por se tratar de medicação que age sobre plaquetas. "Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS”, disse o médico. Corticoides ambém são contraindicados na fase inicial da dengue.
Segundo Chebabo, como a dengue é uma doença viral, para a qual não existe antiviral, os sintomas é são tratados. O tratamento básico inclui analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito. Os principais sintomas relacionados são febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele.
O infectologista advertiu que, se tiver qualquer um dos sintomas, a pessoa não deve se medicar sozinha, e sim ir a um posto médico para ser examinada. A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença”.
Os casos devem ser encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) e às clínicas de família.
Sintomas graves
Entre os sinais de alarme, Chebabo destacou vômito incoercível, que não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tonteira; desidratação; cansaço; sonolência e alteração de comportamento, além de sinais de sangramento. Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou. No entanto, a maior preocupação dever ser com a hidratação e com sinais e sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.
Quanto ao carnaval, o infectologista disse os festejos não agravam o problema da dengue, porque não se muda a forma de transmissão, que é o mosquito Aedes aegypti. Talvez impacte mais a covid do que a dengue, mas é mais uma questão, porque, no carnaval, há doenças associadas, que acabam aumentando a demanda dos serviços de saúde. Esta é uma preocupação”.
Entre os problemas relacionados ao carnaval, Chebabo destacou traumas, doenças respiratórias e desidratação, que podem sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde.
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Jns
07 de fevereiro, 2024 | 20:22A HIDRATAÇÃO É IMPORTANTE
*O tratamento da dengue é paliativo, com hidratação e medicamentos para dor e febre.*
Por causa do extravasamento vascular. Com o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, parte do líquido escapa do sistema circulatório e se acumula nos tecidos. Isso pode levar ao chamado choque choque hipovolêmico. Como o volume de sangue é menor, o coração não consegue bombeá-lo em quantidade suficiente para os órgãos, que entram em falência.
*A hidratação diminui a mortalidade.*
A hidratação inibe uma série de cascatas que levam à piora do extravasamento vascular. Mantendo o volume sanguíneo e o sistema sistema circulatório funcionando, dá-se tempo para o organismo gerar anticorpos e células de defesa que controlam a infecção. Há duas situações nas quais o organismo nem sempre dá conta do problema. Uma é causada por uma resposta exacerbada do sistema imune, quando os anticorpos de uma infecção prévia, em vez de proteger, facilitam uma próxima infecção, levando a uma doença inflamatória grave [a ADE descrita acima]. A outra, que também é fatal e mais frequente no Brasil, são é a ocorrência de comorbidades, como diabetes, obesidade, cardiopatias. As alterações causadas pela dengue agravam a doença de base.
MAURÍCIO NOGUEIRA
Virologista da FAMERP
Revista Científica FAPESP”