06 de março, de 2024 | 15:44

Aumento dos casos de dengue pode impactar em até R$ 20 bilhões a economia, aponta estudo da Fiemg

Divulgação
Estudo revela cenário preocupante para a produtividade das empresas; seis em cada dez infectados são pessoas economicamente ativasEstudo revela cenário preocupante para a produtividade das empresas; seis em cada dez infectados são pessoas economicamente ativas

O grande número de casos de dengue e de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em 2024, além de atingir a saúde de milhões de brasileiros, pode ter impacto expressivo na economia nacional. Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostra que esse impacto pode chegar a R$ 20,3 bilhões.

De acordo com o estudo, divulgado pela assessoria de comunicação da Fiemg nesta quarta-feira (6), o Brasil enfrenta o risco de uma queda de até R$ 15,1 bilhões em seu Produto Interno Bruto (PIB) devido à redução da produtividade causada pelos efeitos dessas doenças. Além disso, os custos relacionados ao tratamento podem atingir a marca de R$ 5,2 bilhões. Esse impacto econômico tem o potencial de resultar na perda de quase 215 mil postos de trabalho, comprometendo a geração de cerca de R$ 3,8 bilhões em massa salarial.

O estudo considera três arboviroses – dengue, zika e chikungunya –, em um cenário esperado com 4,2 milhões de infectados no país. A estimativa de infectados foi baseada na divulgação do Ministério da Saúde para o ano. Esses números alarmantes decorrem dos impactos causados por alterações climáticas, como El Niño, que provoca ondas de calor e chuva. O documento evidencia ainda a importância de medidas preventivas e de controle.

Segundo João Gabriel Pio, economista-chefe da Fiemg, “o estudo evidencia os impactos econômicos e sociais das arboviroses na sociedade”. Ele explica ainda que os gastos com tratamento podem chegar a R$ 5,2 bilhões ao ano, valor suficiente para subsidiar o programa Bolsa Família para mais de 716 mil famílias. “Os custos com a saúde não são o único obstáculo. O absenteísmo, decorrente do afastamento do trabalho, acarreta prejuízos significativos para a atividade econômica”.

Juliana Gagliardi, que integra o time de economistas da Fiemg, diz que “é urgente a necessidade de políticas públicas eficazes no combate às arboviroses, não apenas para proteger as pessoas, mas também para reduzir os impactos econômicos atrelados a essas doenças”.

Números

O Brasil já registra mais de 1 milhão de casos de dengue em 2024 e a estimativa do Ministério da Saúde é de que chega a 4,2 milhões neste ano. A rápida expansão da doença já se transformou em epidemia em sete estados e obrigou 154 municípios a declarar emergência de saúde, desses, 114 municípios somente em Minas Gerais.

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