02 de junho, de 2024 | 06:26

Pesquisa revela os estados com as pessoas mais grosseiras no trânsito

São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia estão entre os estados com a pior classificação; Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão nas melhores colocações

Yandex / Divulgação
Estudo analisou a comunicação dos condutores e pedestres em todas as regiões do Brasil e o comportamento das pessoas deu origem à classificação  Estudo analisou a comunicação dos condutores e pedestres em todas as regiões do Brasil e o comportamento das pessoas deu origem à classificação

No encerramento do mês em que todo o país celebrou "Maio Amarelo", campanha por mais paz nas ruas e estradas, uma pesquisa traz dados que apontam os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia como aqueles onde se encontram as pessoas mais rudes do Brasil no trânsito, conforme dizem os próprios brasileiros entrevistados. Entretanto, Minas Gerais está entre os três estados com pessoas mais gentis.

As informações foram publicadas pela plataforma de idiomas, Preply, que desenvolveu um estudo para investigar a comunicação entre condutores e pedestres de diferentes regiões. Em um contexto marcado pelo estresse e hostilidade no trânsito, 7 em cada 10 pessoas já presenciaram agressões verbais de outros motoristas ou transeuntes — violência essa da qual 40% da população também foi vítima direta ao menos uma vez.

Isso porque, para entender o comportamento nas ruas e avenidas de cada região, recentemente, respondentes de todos os estados foram indicados a compartilharem suas experiências envolvendo a violência no trânsito, entre os insultos mais ouvidos, a frequência com que ouvem comentários agressivos e as atitudes que tendem a estimular discussões e brigas.

Na opinião dos brasileiros, seriam três os estados com os condutores e pedestres mais gentis: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

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Intolerância no trânsito, uma experiência comum



Bate-bocas excessivos, gestos obscenos para lá e para cá, buzinas exageradas… se existe algo que o estudo conduzido pela Preply apenas reforça é como, independentemente da região, a impaciência segue sendo uma marca das ruas e estradas brasileiras — característica que faz com que, a cada hora, cinco pessoas morram no país em decorrência de brigas de trânsito, como destacam dados recentes do Ministério da Saúde (DataSus).

Das experiências compartilhadas pelos entrevistados pela Preply, diversas são aquelas que envolvem situações de hostilidade entre condutores e pedestres: para se ter uma ideia, por exemplo, 7 em cada 10 respondentes relataram já ter presenciado agressões verbais no trânsito, percentual que muda para 48,4% quando o assunto diz respeito a ver situações de agressão física — das quais já foram vítimas 8% dos ouvidos na pesquisa.

No momento da raiva, ao que indicam essas pessoas, as ofensas mais comuns parecem girar em torno de palavrões e xingamentos diretos, gestos agressivos e comentários depreciativos sobre suas habilidades de direção, crítica mais recebida pelas mulheres (47%) que por condutores homens (45%).

Palavrões fazem parte do linguajar de 46% dos brasileiros

Embora reconheçam a importância de trocas tranquilas durante um conflito no trânsito, boa parte dos entrevistados afirmam que isso nem sempre é possível, identificando problemas na própria comunicação com outras pessoas.

O uso de palavrões, por exemplo, foi apontado por 46% dos respondentes, que admitiram não dispensar termos de baixo calão para extravasar a própria irritação nas ruas e avenidas por aí. Para 6% deles, aliás, a linguagem chula não surge apenas vez ou outra em eventuais brigas, mas é algo que praticamente acompanha suas interações diárias com outras pessoas.

Recorrer a xingamentos, cabe dizer, ainda aparece entre as reações mais comuns ao se ouvir uma ofensa no trânsito, tendo em vista que retribuir insultos com novos palavrões foi eleito um dos principais comportamentos diante de uma discussão — mesmo com a maioria dos brasileiros enfatizando evitar qualquer tipo de confronto (64,4%) ou responder os “caça-briga” de maneira educada e calma (19,6%).

Entre gentis e mal-educados

Mas, afinal, em um país com tantas ocorrências de intolerância no trânsito, de que forma pessoas de regiões diferentes avaliam os condutores e pedestres de outros estados nos quesitos gentileza e falta de educação nas ruas? Ou melhor, haveria locais no Brasil onde os residentes demonstram ter maior paciência no trânsito, na contramão dos muitos “brigões” espalhados por aí?

Atestando que sim, existem diferenças regionais para o comportamento no trânsito, segundo os entrevistados, seriam três os estados com o maior número de pessoas rudes nas estradas: São Paulo (36,2%), Rio de Janeiro (20%) e Bahia (6,6%), que lideram o pódio dos comportamentos mais indelicados ao lado dos habitantes do Ceará (3,2%) e Pernambuco (3,2%).

As populações mais gentis, por outro lado, estariam em dois estados nos quais as pessoas são comumente associadas a atributos como cortesia, etiqueta e organização: Santa Catarina (13,4%) e Rio Grande do Sul (12,6%), cujo título também se estende aos mineiros (10,8%).

Viriam entre os campeões na gentileza, logo em seguida, os condutores e pedestres do Distrito Federal (9%) e Paraná (10,8%) — este último tornando toda a região sul, na visão dos entrevistados pela Preply, aquela que mais tem dado bons exemplos nas ruas, avenidas e estradas.

"Uma boa comunicação durante a condução é crucial para a segurança", comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply. “Seja paciente, use sinais gestuais quando necessário, aprenda os sinais de trânsito locais ao viajar e, acima de tudo, promova o respeito e a compreensão na estrada.”

Metodologia da pesquisa

Para investigar detalhes sobre a comunicação dos brasileiros no trânsito, durante o mês de maio, foram entrevistados 500 brasileiros residentes em todas as regiões do país. Ao todo, os respondentes tiveram acesso ao total de 10 questões, que exploraram experiências envolvendo agressão verbal e física, o uso de palavrões nas ruas e estradas e as atitudes que costumam estimular conflitos entre condutores e pedestres.

A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes listas de classificação pela Preply, nas quais é possível conferir o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.
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Comentários

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Sei

02 de junho, 2024 | 16:36

“Conversa fiada. Aqui no vale do aço motorista particular e profissional, entregador, motoboy, peão de usina nas portarias...o nível e frequência de desqualificados e descorteses subiria nas alturas. Já dirigir em grandes centros como rio, beaga, vitória e nada, mas nada se equivale ao Deus nos acuda daqui.”

Arthur

02 de junho, 2024 | 11:11

“Os pesquisadores não visitaram o Vale do aço, senão MG pularia pras primeiras posições... Ja viajei até muito mas lugar com gente mais mal educada que aqui não achei ainda”

Justo

02 de junho, 2024 | 09:56

“Essa pesquisa com certeza os pesquisadores não visitaram Timóteo mg”

Marcelo Costa Grav.

02 de junho, 2024 | 07:01

“Já comentei na rede social e vou postar aqui tb. Num estado grande como MG eu não concordo com o resultado da pesquisa. Já encontrei cidades com pessoas educadas no trânsito, como Divinópolis, Pouso Alegre e Araxá. Na minha cidade natal, Ipatinga, em Governador Valadares e em Guarapari, no Espírito Santo, encontrei os piores motoristas possíveis. Que gente sem educação!. Já em Ipatinga 1% dá seta para convergir. Dirigem em baixa velocidade na pista da esquerda e a cidade é cortada por duas rodovias federais, um caos. Todo dia tem acidentes e quase sempre alguém morre no trânsito de Ipatinga.”

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