
08 de julho, de 2025 | 20:47
Homem é condenado a 27 anos de prisão por feminicídio em Mesquita
Alex Ferreira/Arquivo DA
Homem foi levado a julgamento pelo Júri Popular na Comarca de Mesquita por matar a ex-esposa a facadas no povoado de Barra Grande

O Tribunal do Júri da comarca de Mesquita condenou um homem a 27 anos de prisão pelo feminicídio da ex-esposa, ocorrido no distrito de Barra Grande, no município de Mesquita. O réu, Antônio Dionísio Gomes Pereira, de 52 anos, foi julgado pelos crimes de feminicídio e lesão corporal qualificada, após surpreender e esfaquear sua ex-companheira, Cibélia Gomes dos Reis, então com 42 anos, na rua principal do povoado de Barra Grande. O crime foi praticado na noite de 25 de maio de 2023, conforme informou o Diário do Aço na época.
A vítima foi socorrida em uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde de Mesquita, porém não resistiu aos ferimentos e morreu ao chegar no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Testemunhas relataram que Antônio já havia jurado matá-la desde a separação, ocorrida cerca de um ano antes, e que ela contava com medida protetiva, mesmo que esta não tenha sido oficialmente comprovada.
Após o crime, o acusado foi preso em flagrante enquanto tentava fugir para sua casa e confessou a autoria, indicando o local onde descartou a faca usada no ataque.
O Ministério Público acompanhou todo o processo, ressaltando a gravidade da violência de gênero e familiar no contexto de feminicídio, marcado por motivo torpe” (ciúmes), com emprego de meio cruel (reiterados golpes de faca), mediante recurso que dificultou a defesa da vítima (ataque surpresa).
Durante o julgamento, foi reconhecida a qualificadora da condição de mulher como parte da motivação (feminicídio), além da existência de agressão premeditada e brutal.
Arquivo DA + reprodução
Cibélia chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu

Ao fim da sessão realizada no dia 2 de julho, o Tribunal do Júri condenou Antônio a uma pena de 27 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, atendendo à denúncia do Ministério Público.
Confissão em entrevista do jornal
Na época do fato, a reportagem do Diário do Aço conversou com o pedreiro Antônio Dionísio. Alegando estar arrependido, Antônio afirmou que não se lembrava do ocorrido. Eu não sei o que aconteceu, na verdade eu só sei que eu estava trabalhando, meu filho tinha me chamado para pescar e na volta, na horta de casa, vi ela (Cibélia) vindo para o meu lado”, contou.O homem afirma que nunca chegou a agredir a companheira e as brigas eram somente verbais, discussões. Ele alegou que a família de Cibélia não gostava dele, apesar dos anos juntos, os dois não eram casados oficialmente. Antônio explicou que foi morar em Barra Grande para trabalhar e para ficar perto dos três filhos, que têm, 10, 11 e 13 anos.
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