16 de julho, de 2025 | 17:37

Tribunal do Júri de Coronel Fabriciano absolve réus por homicídio praticado ano passado no Mangueiras

O Tribunal do Júri da Comarca de Coronel Fabriciano absolveu, no fim da manhã desta quarta-feira, os réus Talles Rodrigues Marciano, de 28 anos, e Gabrielly Dias Cordeiro, de 24, acusados do homicídio de José Trajano Ribeiro, de 56 anos, em um crime ocorrido na tarde de 2 de março de 2024, no bairro Mangueiras. conforme noticiado pelo Diário do Aço. Talles respondeu ao processo encarcerado. Está preso há um ano e três meses. Com o resultado do júri desta quarta-feira, caso não tenha outro impedimento, receberá o alvará de soltura. Já Gabrielly respondeu em liberdade.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o homicídio foi cometido por motivo torpe, com emprego de meio que podia resultar em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Talles e Gabrielly são acusados de agir em conjunto para executar o crime.

A motivação, conforme descrito na peça acusatória, foi a suspeita de que a vítima teria praticado um ato libidinoso contra a filha mais nova do casal, à época com apenas três anos.

De acordo com a investigação, no dia do crime, Gabrielly entrou em uma mercearia onde José Trajano estava e o puxou para a rua, contra sua vontade. Do lado de fora, Talles aguardava armado.

Assim que Trajano saiu do estabelecimento, foi agredido e surpreendido com disparos de arma de fogo, que lhe atingiram o tórax, resultando em sua morte imediata. O homicídio ocorreu em via pública, expondo outras pessoas ao risco, o que agrava ainda mais o crime.

No dia dos fatos, a Polícia Militar foi acionada e compareceu à rua Cruzeiro, onde encontrou a vítima já sem vida, caída próximo à traseira de um veículo Honda Fit, coberta com um lençol. Informações preliminares indicaram que três pessoas estariam envolvidas no homicídio, incluindo um casal com uma filha pequena.

Testemunhas relataram que, horas antes, duas mulheres foram vistas com pedaços de madeira nas mãos, procurando por José Trajano. A ré Gabrielly teria confessado à polícia envolvimento no crime e confirmou que a motivação estava relacionada à suposta violência sexual contra sua filha.

Sessão definiu julgamento ainda pela manhã

A sessão do Tribunal do Júri foi presidida pelo juiz de Direito Wagner Mendonça Bosque, e o promotor Bruno Torrano Amorim de Almeida trabalhou na acusação. Gabrielly foi defendida pelo advogado Rogério Pires Thomaz, enquanto Talles contou com a defesa de Luiz Eduardo dos Santos Pereira Gomes.

Em poucas horas, o Conselho de Sentença decidiu o destino do casal acusado. Ambos os réus foram absolvidos. “O réu foi absolvido por inexigibilidade de conduta diversa, ou seja, clemência. Devido à motivação, os jurados votaram sim para a materialidade, para a autoria, mas absolveram. Eles entenderam que, mesmo Talles sendo o autor do crime, ali é o caso de uma absolvição. E a ré, eles entenderam que ela não teve participação. Então, saíram os dois absolvidos do júri”, informou o advogado Luiz Eduardo em entrevista ao Diário do Aço.

O promotor não sustentou as três qualificadoras dos réus, pediu a retirada delas e sustentou homicídio privilegiado, ou seja, agiram sob forte emoção. “Eu entendi que seria o caso de absolvição mesmo, pois qualquer pai agiria daquela forma. E os jurados acolheram a tese da clemência, da absolvição”, concluiu o advogado.