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29 de outubro, de 2025 | 05:51

Reunião de emergência para tratar da mais letal operação no Rio de Janeiro

''Isso tudo que vocês estão vendo aí hoje, arrebentando no Rio de Janeiro todo, é apenas uma imensa e gigantesca cortina de fumaça, um rolo gigantesco de fumaça cegando a todos'', alerta pesquisador

Com informações da Agência Brasil
Divulgação PCRJ
Segundo o governo do estado, 81 pessoas foram presas e 93 fuzis apreendidos, além de pistolas e granadasSegundo o governo do estado, 81 pessoas foram presas e 93 fuzis apreendidos, além de pistolas e granadas

Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) farão uma reunião de emergência com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, nesta quarta-feira (29).

A operação Contenção, realizada nesta terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, deixou 64 pessoas mortas, dentre elas quatro policiais, e é considerada a mais letal do Rio de Janeiro.

Além disso, Rui Costa atendeu ao pedido do governador do Rio de Janeiro para transferência de 10 detentos para presídios federais.

Esses homens teriam liderado de dentro da cadeia ações que culminaram com o caos na cidade, incluindo bloqueio de pistas e sequestro de ônibus em diferentes pontos da capital fluminense.
Reprodução de vídeo
Trata-se da maior operação dos últimos 15 anos e também da mais letal de toda a história do estadoTrata-se da maior operação dos últimos 15 anos e também da mais letal de toda a história do estado

Reunião avaliou desdobramentos
O governo federal acrescentou, em nota, que, uma reunião na Casa Civil com a presença do então presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e dos ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Jorge Messias (AGU), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Sidônio Palmeira (Comunicação) e do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos, avaliaram os desdobramentos da operação no Rio de Janeiro.

"Durante a reunião, as forças policiais e militares federais reiteraram que não houve qualquer consulta ou pedido de apoio, por parte do governo estadual do Rio de Janeiro, para realização da operação", informou o governo.

Também nesta tarde, o ministro Ricardo Lewandowski havia indicado não ter recebido pedido do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para apoio à Operação Contenção.

Ação no RJ é cortina de fumaça, expõe população e não resolve problema estrutural

A terça-feira (28/10) foi um dia de terror para os mais de 150 mil habitantes dos complexos da Penha e do Alemão.

A Operação Contenção que se estendeu por todo dia deixou um saldo de 64 pessoas mortas – incluindo quatro policiais -, interrompeu o trânsito das principais vias da cidade, fechou escolas, postos de saúde e estabelecimentos comerciais. Segundo o governo do estado, 81 pessoas foram presas e 93 fuzis apreendidos, além de pistolas e granadas. Trata-se da maior operação dos últimos 15 anos e também da mais letal de toda a história do estado.

Para especialistas, a operação gerou um grande impacto na capital fluminense e não atingiu o objetivo de conter o crime organizado, pelo contrário, ações como esta apenas fortalecem a violência.

“Essa lógica de medir força armada bélica com estruturas do tráfico sempre resultaram em mortes cada vez maiores, em sofrimento cada vez mais intenso, perda de acesso a serviços públicos, perda de mobilidade urbana, os mais frágeis sempre vão sofrer muito mais. A economia é afetada diretamente e o problema nunca foi sequer arranhado”, diz o professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), José Cláudio Souza Alves.
Reprodução de vídeo
''Essa lógica de medir força armada bélica com estruturas do tráfico sempre resultaram em mortes cada vez maiores, em sofrimento cada vez mais intenso'', alerta professor ''Essa lógica de medir força armada bélica com estruturas do tráfico sempre resultaram em mortes cada vez maiores, em sofrimento cada vez mais intenso'', alerta professor

Enfrentamento requer trabalho de inteligência e força de vontade

Para o professor Souza Alves, combater o crime organizado exige outras estratégias, inclusive oferecer oportunidades e qualidade de vida a população em situação de vulnerabilidade.

“Criar novas formas de interceptar, de investigar, de seguir dinheiro, de prender pessoas, de colocar limitações nesse funcionamento, de dar alternativa real para essa população. Você tem que disputar palma a palmo nesses territórios, essas populações que são facilmente convencidas pela grana da droga, da arma, pela grana dos ilegalismos, dos golpes. Se não pensarmos isso, a gente está absolutamente comprometido, não vamos conseguir”, defende.

"Isso tudo que vocês estão vendo aí hoje, arrebentando no Rio de Janeiro todo, é apenas uma imensa e gigantesca cortina de fumaça, um rolo gigantesco de fumaça cegando a todos", diz, Alves.
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Comentários

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Marcelo

29 de outubro, 2025 | 08:00

“As forças policiais passam por cima do que precisa ser resolvido pra colocar em risco toda população gente de todos os problemas idosos crianças gente acamada gente doente falta de saneamento básico isso ninguém pega como solucionar.”

Barbosa

29 de outubro, 2025 | 07:52

“O Governo do amor, não foi consultado, em entrevista o governador Cláudio Castro, fala que tinha pedido apoio 3 vezes, sempre desculpa que para empenhar forças federais, só com a decretação GLO, mas o governo do amor, nunca quer usar esta lei, do meu ponto de vista, foi melhor não consultar não, se conseguiram mais 90 fuzis era possível que não pegasse nenhum , se é que me entende.”

Marcos Costa

29 de outubro, 2025 | 07:05

“Nessa fala do pesquisador: "Criar novas formas de interceptar, de investigar, de seguir dinheiro, de prender pessoas" está a única saída possível para enfrentar o crime. O problema é que o combate sai da favela e vai para o Mercado Financeiro, grandes empresas, grandes financiadores de campanha. Lembrei o chupetinha lutando contra o monitoramento do Pix.”

Tião Marreta

29 de outubro, 2025 | 07:00

“No filme, após se tornar Subsecretário de Inteligência, Nascimento percebe que o problema da segurança pública não se resume ao tráfico das favelas, mas está enraizado em um sistema político e econômico corrupto. Eu fui para detonar o sistema. Contei tudo que eu sabia. Botei muito político na cadeia. E mesmo assim o sistema continuava de pé. O sistema entrega a mão para salvar o braço. O sistema se reorganiza, articula novos interesses, cria novas lideranças. E custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava. Não é à toa que entra governo, sai governo, a corrupção continua. O sistema é Soda.
Nunca vai ter uma solução, pois esse tipo de ação é que dá voto, põe o político na mídia e abastece financeiramente o sistema. O Brasil só vai melhorar se nossa juventude sair das redes sociais e realmente se propor a lutar, como na primavera árabe.”

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