22 de março, de 2021 | 06:30

Banqueiros e economistas pedem medidas de combate à pandemia

A elite econômica do país faz as contas e conclui que sem uma coordenação central e vacinação em massa o caos econômico é iminente


Sob o argumento que o atraso na vacinação contra a covid-19 custará R$ 131 bilhões ao país, banqueiros e economistas pretendem enviar nesta segunda (22), um documento ao Ministério da Economia e aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara, em que pedem mobilização mais efetiva nas ações de combate à pandemia no Brasil.

Em carta aberta, mais de 500 banqueiros, economistas e empresários pedem coordenação nacional em apoio a medidas restritivas. A elite econômica afirma que o Brasil é hoje o epicentro mundial da covid, que o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde [profissionais da medicina, leitos de UTI, medicamentos e outros insumos], que a situação econômica e social é desoladora, que a contração da economia prejudicou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis. E que esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não “será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal”.

A carta lembra que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população.” Que infelizmente, estamos atrasados. Que no ritmo atual, levaríamos mais de três anos para vacinar toda a população. E que impressiona a negligência com as aquisições”.

O documento é assinado pelos ex-ministros da Fazenda, Pedro Malan, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira e Ruben Ricúpero, e os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Pérsio Arida. Além dos economistas, há também centenas de empresários ligados ao mercado financeiro, como o conselheiro do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles, e o presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira.

Mesmo sem citar o presidente Jair Bolsonaro uma única vez, ficam explícitas as críticas ao governo. A começar pela crítica de que claramente houve falta de prioridade na vacinação. Na carta esclarece que “o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres”.

Eles também fazem um alerta de que o quadro atual da pandemia da covid-19, com quase 3 mil mortos por dia, vai se deteriorar se não houver uma coordenação nacional que apoie governadores e prefeitos nas medidas restritivas de mobilidade.

E defendem que a controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social é um falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável.

Ao se declarar contrário a medidas de lockdown, o presidente alegou diversas vezes que a economia não pode parar. Para os economistas, no entanto, trata-se de um "falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável".

"Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de covid-19", afirma a carta, lembrando que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown acabaram adotando-o diante do agravamento da pandemia, como o Reino Unido”, diz a carta.

“A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país”, acrescenta.

Mais de 500 nomes de economistas, empresários e banqueiros haviam assinado a carta até o fim da tarde de domingo. O movimento começou em um grupo de WhatsApp de economistas e deve ser enviada nesta segunda-feira ao Ministério da Economia, Supremo e Congresso Nacional.


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Comentários

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Antonio José de Assis Castro

22 de março, 2021 | 18:12

“Incrível a desfaçatez de inúmeros economistas, especialistas como exploradores e aproveitadores de bens públicos em diversos governos anteriores, sempre atuantes para enriquecer os banqueiros e alguns empresários inescrupulosos, seja por direcionamento de verbas públicas, seja pelo perdão a multas e ou sonegação/anistia/compensação de impostos,
Por quais razões omitem a responsabilidade do STF em implodir a federação?
Onde estão as contribuições financeiras dos conglomerados de bancos e outras categorias para ajudar o Brasil, em forma de doação, sem exigir retorno $$, sem corrupção?
Onde estão os empresários da mídia e conglomerados midiáticos para diminuir o mero esforço em promover o terror e em desfazer/desvalorizar TODAS as ações do governo federal?”

Observador

22 de março, 2021 | 11:01

“Cobrem do STF que agiu politicamente contra a constituição retirando poderes do Presidente da República para dar a governadores e prefeitos alinhados ideologicamente com a oposição.

Cobrem dos governadores e prefeitos que receberam milhares em verbas e não investiram onde realmente precisava.”

Jose

22 de março, 2021 | 06:55

“? inacreditável a mentalidade destes banqueiros e economistas. Vai resolver o que o Governo injetar mais bilhões de nossos impostos para intensificar o combate a pandemia se no último repasse, uma grande parte foi desviada da saúde pelos governadores e prefeitos, para quitar folha de pagamento e outras dívidas? Se querem recursos, entrem com uma ação no MPF para forçar os assaltantes de cofres públicos a devolverem ou aplicarem o foi repassado. Enfim, chantagearam o governo, a pandemia piora, eles resolvem seus problemas e culpam o governo de genocídio, e a população acreditam. Aff...”

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